As reclamações em torno da separação da Capital do restante da Grande São Paulo no plano de flexibilização do Governo do Estado seguem. Em entrevista ao programa Bora Brasil, da Rádio Bandeirantes, nesta segunda-feira (1), o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), pediu tratamento igual para todas as cidades da Região Metropolitana, mas considera que a quarentena adotada no município de São Paulo mesmo com a possibilidade de abertura de parte do comércio pode dificultar o atendimento dos pedidos do ABC.
A princípio a Capital poderia abrir com restrições as atividades imobiliárias, as concessionárias, os escritórios, o comércio e os shopping centers, porém, o prefeito Bruno Covas (PSDB) preferiu manter as regras de quarentena até o dia 15 enquanto recebe todo o planejamento destes setores para uma futura abertura gradual.
Como o ABC quer ter a mesma possibilidade de flexibilização, Morando considera que pode haver dificuldades para que Comitê de Contingência também coloque a região na Fase 2 ou faixa laranja do Plano São Paulo. Mesmo assim considera que as sete cidades tenham condições de ter um cenário econômico como a Capital, pois estão com números melhores apesar da alta do número de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ocupados que chegou aos 81% no final de semana, uma alta de 10% em três dias.
“Não queremos uma concorrência com a Capital, o que exigimos é o mesmo tratamento. Como você trata os iguais de maneira desigual? A impressão que nos passaram comunicaram que a Capital estava saindo da chamada faixa vermelha e indo para a laranja era de que tinham criado uma ilha da pureza na capital de São Paulo, ou seja, a Capital foi purificada e o entorno continua contaminado, o que não é uma verdade”, afirmou.
“Se desse o início a narrativa era de ouvir a ciência, então eu quero continuar ouvindo a ciência. Eu tenho certeza de que não cabe palpite político. Ou nós acreditamos na ciência ou cada faz o que quer com a sua cidade. É este Comitê que tem que deter esse poder de análise”, completou.
Quando questionado sobre a pressão dos comerciantes para o retorno, Orlando Morando relatou que realmente tal situação existe, mas que tem que pensar no aumento do número de infectados pelo novo coronavírus e o aumento do número de internações nos casos graves que está aumentando, antes de fazer algo em relação a área econômica.