A pandemia do novo coronavírus também causou prejuízos na Fundação do ABC (FUABC). Segundo informações da presidente da Organização Social de Saúde (OSS), Adriana Berringer, em entrevista ao RDtv, desta quinta-feira (4), dos 22 mil funcionários, cerca de 20% estão afastados em decorrência da crise de saúde. Além disso, planos da instituição estão em atraso por causa da enfermidade.
Foram afastados cerca de 4,5 mil funcionários tanto por infecção de covid-19 quanto por aqueles que fazem parte do chamado grupo de risco (com enfermidades que aumentam os riscos para uma situação mais grave). O fato fez com que a FUABC tivesse que mudar sua rotina e aumentar o seu efetivo. Até o momento foram contratados 2,7 mil profissionais da Saúde para atuar especificamente no combate ao covid-19.
Atualmente a Fundação do ABC é responsável pelo gerenciamento do Hospital de Campanha em São Caetano, e atua na gestão compartilhada com a Prefeitura de Santo André nos equipamentos emergenciais abertos no complexo esportivo Pedro Dell’Antonia e no estádio Bruno José Daniel, além do hospital no campus da Universidade Federal do ABC, sendo que este ainda não utilizado.
Além das preocupações com tudo que ocorre com a pandemia do covid-19, as consequências da mesma já ocorreram. Segundo Adriana, os “sonhos” da FUABC em relação as mudanças administrativas acabaram atingidas pela enfermidade.
“Temos uma série de projetos que estão acontecendo, mas em uma outra velocidade. Temos uma série de iniciativas que começaram no ano passado e que neste ano tinham tudo para caminhar de uma forma mais rápida. Esse ano infelizmente tem toda a parte de limitação orçamentária, tem toda a parte de dedicação aos outros temas também”, explicou.
Em relação as TACs (Termos de Ajustamento de Conduta) assinadas em conjunto com Ministério Público, Adriana Berringer relatou que apesar da redução do trabalho da Justiça em tempos de pandemia, as situações administrativas seguem com os seus ajustes, mesmo no caso de Mauá em que a TAC ainda não foi homologada. Apesar de todo o processo que ainda deve ser feito, principalmente sobre a dívida entre as partes, a presidente da Fundação do ABC alega que não houve problemas desde o início da nova gestão no Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini.
Ao ser questionada sobre o tempo que levaria para a recuperação de todos os serviços da FUABC no pós-pandemia, Adriana afirmou que a estimativa é que tudo seja regularizada em um tempo duas vezes maior do que a quarentena estabelecida, ou seja, a princípio entre seis e oito meses, levando em conta as expectativas colocadas sobre as medidas protetivas.