A pandemia do novo coronavírus (covid-19) também trará prejuízos para os apaixonados de plantão que buscam presentes ou que esperam receber os mimos neste Dia dos Namorados (12 de junho). Segundo a Pesquisa de Intenção de Compras (PIC), do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, a estimativa para a movimentação financeira para essa data é 16% menor do que em relação ao ano anterior. Apesar dos prejuízos, lojistas buscam na criatividade uma forma de manter o comércio minimamente agitado.
A pesquisa feita com 521 pessoas entre 22 e 30 de abril, aponta que as compras vão movimentar R$ 57 milhões neste ano, R$ 9,6 milhões abaixo da estimativa do ano passado, e o menor valor estimado desde o início da série histórica em 2012.
Haverá também queda no preço médio dos presentes que será reduzido de R$ 161 para R$ 152, na comparação do Dia dos Namorados do ano passado com o deste ano. Aproximadamente 50% dos entrevistados apontaram que vão reduzir o valor do gasto no presente em 2020. Quinze por cento apontam que os presentes podem ter um valor reduzido em 50% ou mais. Cenário parecido com que ocorreu no Dia das Mães, primeira data comemorativa para o comércio que foi atingida pela pandemia.
O economista e coordenador de Estudos do Observatório Econômico, Sandro Maskio, afirma que a explicação para a queda é esse momento de retração econômica, uma elevação do desemprego, queda do volume de renda circulante, a dificuldade de acesso ao comércio por mais que se tenha mecanismos, como o delivery, e a atividade comercial que retoma aos poucos. “Algumas pessoas estão inseguras mesmo com essa abertura iniciando, embora muito em cima do Dia dos Namorados”, completa.
A forma de como encontrar o presente ideal demonstra o novo cenário. Segundo a pesquisa, 73% dos entrevistados vão comprar pela internet, 13% vão optar pelo serviço de delivery, outros 10% vão apostar nos pequenos comerciantes e 3% vão comprar em mercados que seguem abertos, pois são considerados como serviço essencial. Em relação a formas de pagamento, o cartão de crédito lidera com 52%, seguido pelo cartão de débito (26%), dinheiro (16%), transferências bancárias (4%) e dinheiro virtual (2%).
O estudo foi feito e finalizado antes das medidas anunciadas pelo governo do Estado e permitiram que parte do comércio abra a partir da próxima segunda-feira (15).
Shoppings apostam no sistema de drive-thru e promoções
Geralmente utilizado por redes de lanchonete, o sistema drive-thru virou a principal alternativa dos shoppings que só vão conseguir abrir parcialmente as portas a partir de segunda-feira. E para não perder o Dia dos Namorados, os empreendimentos também apostam em promoções e alternativas para ajudar os clientes e os lojistas.
No caso do São Bernardo Plaza, a ideia foi criar uma iniciativa denominada Ciclo do Bem para ajudar os donos das lojas nas vendas. “O projeto, quando criado pela administradora de shoppings brMalls, pretende beneficiar os lojistas, para o incremento nas vendas para esse segmento do varejo que tem mais sofrido com os impactos da crise”, explica. Outras apostas estão no sistema de compra antecipada e em brindes.
Em Santo André, o Grand Plaza vai também apostar na internet com as compras pelo sistema One Stores. No Mauá Plaza, além da entrega na porta, haverá também o sistema delivery. Em São Caetano, o ParkShoppingSãoCaetano já conta com 80 marcas no portifólio de vendas para o Dia dos Namorados e quer emplacar todo o sistema de entregas com a maior segurança possível.
Segundo o shopping, os consumidores não poderão sair de seus veículos, além disso, cada loja deverá realizar a higienização dos produtos antes da entrega. Os atendentes que forem até os carros estarão de máscaras e, caso necessário, podem levar máquinas de cartão, que serão higienizadas a cada uso.
Flores
A floricultura Jady, em Rio Grande da Serra, após um mês com as atividades suspensas, ainda tem otimismo nas vendas do Dia dos Namorados. “Espero crescer pelo menos 90% em relação as saídas de produtos do ano passado as quais bateram a meta estipulada”, comenta a proprietária Jady Bagnara.
Antes da pandemia, a empreendedora já era familiarizada com as vendas online, responsáveis por 10% do lucro da loja e atualmente representa 40% das saídas. “É a alternativa que encontrei para continuar com as atividades ativas e manter os colaboradores”, explica.
Para o Dia dos Namorados, os itens mais procurados são as cestas a partir de R$ 70, buquê de flores a R$ 75 e pelúcias a R$ 30. Clientes que efetuarem as compras no dinheiro ganham desconto. A comerciante orienta aos clientes a irem de máscaras. (Colaborou Nathalie Oliveira)