A flexibilização para a retomada da economia, em razão da covid-19, começa nesta segunda-feira (15/6) em todo o ABC, com abertura de shoppings comércio de rua, escritórios de prestação de serviços, mini shoppings, galerias comerciais, concessionárias e revendedoras de veículos poderão abrir, todos com horário e capacidade de atendimento reduzidos. Com isso, o serviço de transporte coletivo deve estar preparado para receber passageiros nos diferentes horários de maior movimentação. Em Santo André, a frota da cidade terá aumento em 40%.
Andrea Brisida, secretária adjunta de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos de Santo André, afirma que a frota de ônibus vai aumentar de 168 para 225 veículos a partir desta segunda-feira e a intenção é fazer um monitoramento e oferecer a máxima oferta de ônibus possível. “Em nenhum momento a gente quer oferecer o menos possível”, afirma.
Durante os três meses de fechamento do comércio e escritórios, comenta, a demanda durante a semana tem sido menos do que aos sábados, o que indica que população tem saído de casa para outras atividades que não seja o trabalho.
Coordenadora do GT Mobilidade Urbana do Consórcio Intermunicipal, Andrea afirma que a cada semana recebe informação de que o transporte foi abandonado em ‘certas’ cidades. Houve uma queda de receita que passa de 80%, a qual considera muito complicada, e diz que ainda não detalhes do planejamento de cada município. “Não chegamos a fazer uma reunião para saber quais as medidas que vão ser adotadas em cada cidade, mas todos estão tentando adotar medidas parecidas”, informa.
Por conta dos horários diferenciados na abertura dos estabelecimentos, o funcionamento dos ônibus também sofre alterações. Nos horários de maior movimentação a ideia é ter mais ônibus nas ruas, para evitar lotação. “Tem uma variação, horários de pico vai ter um pouco mais, a partir de amanha é algo inesperado. Isso tudo vai ter que ser avaliado dia a dia, pois é algo inédito que vai precisar ser acompanhado”, adianta.
Andrea diz que o assunto ainda é complicado, já que não é possível saber ao certo se passageiros sentados lado a lado são mais seguros do que os passageiros tanto em pé quanto sentados. Diz que padronização ainda é muito polêmica, quanto menos pessoas próximas umas as outras é melhor, e vai depender do motorista saber se é possível entrar mais passageiros ou não parar no ponto por conta da lotação.
Idosos
Outra questão é sobre a circulação de idosos em transportes públicos e apesar de cidades, como São Caetano, São Bernardo e Diadema, conseguirem restringir a circulação dos idosos nos ônibus, Santo André não conseguiu realizar a restrição por decisão judicial. Esse público representa 16% da demanda diária no município, que reduziu na primeira semana 8%, mas agora está na casa dos 14%. Em maio, fechou com 7,3 mil idosos em circulação diariamente nos ônibus. “É um grupo que temos uma preocupação além do normal”, salienta.
Apesar da frota de ônibus não parar por completo, como foi planejado no início da pandemia, o déficit do sistema de ônibus em Santo André já é de R$ 17 milhões, segundo Andrea, e o cenário se repete nas demais cidades. “Toda a economia está afetada, mas em especial o segmento de transporte não recebeu nenhum apoio federal, além de ser um serviço público essencial causa prejuízo para as cidades em si, são mais de 500 mil pessoas que correm risco de ficarem desempregadas”, completa.