A flexibilização do comércio foi ampliada nesta semana na região com a abertura gradual de bares, restaurantes e lanchonetes, mas as reclamações sobre os horários de funcionamento seguiram. Em entrevista ao RDtv nesta sexta-feira (10), representantes das associações comerciais da região apontam a possibilidade de uma ação judicial para forçar um maior horário para os estabelecimentos. Além disso, as entidades consideram que a multa para os comerciantes que receberem clientes sem máscaras “é um absurdo”.
A tentativa de tentar junto ao Judiciário a autorização para o funcionamento no horário noturno de bares e restaurantes é ventilada pelo vice-presidente da Aciscs (Associação Comercial e Industrial de São Caetano do Sul), Alessandro Leone, que observou a falta de entendimento dos decretos emitidos pelo Governo do Estado e pela Prefeitura de São Caetano para estes estabelecimentos.
“O estabelecimento não pode ser punido, porque o Estado e o Município não tem condições de fiscalizar”, comentou Leone que tenta uma reunião com o prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) ou com outro representante do governo local para conseguir negociar um horário melhor de funcionamento e não cogita debater a divisão em turnos de três horas no almoço e no jantar como alternativa, algo defendido por donos de restaurantes no município.
No caso do presidente da Aciam (Associação Comercial e Industrial de Mauá), Eduardo Zago, a intenção da entidade comercial é buscar alternativas em busca da sobrevivência dos comércios. Com um discurso pessimista em relação aos próximos meses, Zago considera que chegou o momento de valorizar os comerciantes e não prejudicá-los como nos aspectos dos horários ou da multa de R$ 5 mil por cliente sem máscara.
“A minha opinião pode até assustar, mas eu acho que tem que liberar geral, uma vez que Mauá não respeitou (o isolamento e as medidas de distanciamento social) como deveria respeitar, essa é minha opinião pessoal. Teve quem respeitou, parabéns. Mas no ABC, de forma geral, não houve respeito, por exemplo, nas filas dos bancos, as pessoas estavam muito próximas. Eu tirei fotos e filmei essas situações”, explicou.
Em relação a Diadema, o presidente da ACE (Associação Comercial e Empresarial), José Roberto Malheiros, relata que houve boa aceitação no retorno gradual dos comércios e dos serviços, e até mesmo uma boa relação deste fato por parte dos clientes. Agora a maior preocupação fica com os gastos com alguns tributos.
“Vamos tentar uma reunião com o prefeito Lauro Michels (PV) para ver se existe a possibilidade de adiar ou suspender o pagamento da taxa de publicidade, pois não dá mais para onerar o comerciante que agora precisa de ajuda. Vamos ver se conseguimos. Em relação ao horário de funcionamento, considero que seja difícil por aqui, pois o Lauro teve alguns atritos com o Estado, então está seguindo direitinho o decreto estadual”, completou.