O ABC registrou nesta semana a menor taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para covid-19 desde o início da pandemia da doença, em meados de março, conforme as secretarias de saúde da região. A taxa, que em abril chegou a 95%, caiu consideravelmente na segunda quinzena de julho, com 57% do total ocupado na região.
A maior taxa de ocupação registrada até sexta-feira (17/7) está concentrada em Santo André, onde 264 dos 413 leitos de UTI entre públicos/privados estavam ocupados, taxa de 63,99%. Em seguida aparece Diadema, onde somente 12 dos 30 leitos, entre UTI, semi intensivos e retaguarda estão disponíveis, taxa de ocupação em 63%. Em ambas as cidades há vagas disponíveis no setor de enfermaria, que não alcançaram nem 70% do limite.
A Prefeitura de Diadema ressalta, ainda, que aguarda assinatura do convênio e repasse do Governo do Estado para implementação de 25 novos leitos prometidos para a região, sendo 20 deles somente para Diadema. Ainda não há data para implantação dos leitos. Já a Prefeitura de Santo André informa que até o momento não verificou a necessidade de novos leitos destinados ao atendimento de casos.
Em São Bernardo, dos 517 leitos destinados a pacientes com coronavírus – sendo 366 deles em enfermaria e 151 em terapia intensiva – 261 leitos estavam ocupados até sexta-feira (17/7), sendo 169 de enfermaria e 92 de UTI, o que representa taxa de ocupação de 46% e 61%, respectivamente.
Dos 80 leitos disponíveis em São Caetano entre o Complexo Hospitalar e Hospital Albert Sabin para tratamento de pacientes com quadro clínico agravado pela covid, 32 ainda estão disponíveis. A taxa de ocupação até o momento está em 40%. Já o setor de enfermaria está 74% ocupado, com 123 pacientes internados sob observação.
Ribeirão Pires dispõe de 20 leitos de UTI adulto e 10 leitos de UTI pediátrica no Hospital Ribeirão Pires (rede particular – Rede D´or). Na rede municipal de saúde, não há leitos de UTI. Para alta complexidade, caso de leitos de UTI, a cidade utiliza unidades de referência, dentro de pactuação regional entre Estado e outros municípios – Hospital Mário Covas (Santo André), Hospital Nardini (Mauá) e Hospital Serraria (Diadema).
A rede municipal conta com 41 leitos exclusivos para atendimento de casos confirmados ou suspeitos de covid-19 (Hospital Municipal de Campanha). Do total, 24 são leitos de enfermaria e 17 de emergência. Inicialmente, eram 34 leitos de enfermaria e 7 de emergência, mas o número de leitos para cuidados semi-intensivos foi ampliado com a doação de 10 respiradores pelo Governo do Estado. A ocupação de leitos até o final dessa quinta-feira (16/07), era de 51,2% (21 leitos ocupados no Hospital Municipal de Campanha).
Para retomada das atividades presenciais é preciso manter cuidados
O Estado de São Paulo está na fase 3 (amarela) do Plano São Paulo, fator que permite a flexibilização e retomada da economia em diversos setores. Com isso, surge a preocupação dos profissionais da saúde referente à retomada das atividades presenciais. Em entrevista ao RD, o infectologista da rede municipal de São Paulo, Renan Pinheiro, declara estar preocupado quanto ao cumprimento das regras sanitárias por parte das empresas.
Para o profissional, para que haja retomada eficiente e consciente, a população precisa intensivar as medidas de proteção. “Sinto que conforme passam-se os dias e acontece a flexibilização, as pessoas estão cada vez mais tranquilas e acabam afrouxando as questões de segurança, o que tem nos preocupado e muito”, declara.
Apesar da liberação gradual, o médico aconselha a população para uso de máscaras de pano e álcool em gel. “Medidas básicas precisam ser tomadas para que não tenhamos mais uma onda da doença. Por enquanto estamos em uma situação controlável, com bem menos casos do que em março e abril, mas apesar disso, não se pode abrir mão da higiene e cuidados pessoais”, alerta ao lembrar que nem todas as empresas cumprem as regras sanitárias necessárias para a reabertura.
Ao analisar a taxa de ocupação dos leitos de UTI na região, o médico declara ser um número que segue as expectativas do governo. “É um número que já esperávamos e que nós, médicos, esperamos manter. Estamos muito felizes por, cada vez mais, o número de internações diminuir, mas para isso a população precisa se cuidar e, se puder, ficar em casa”, diz.