Com a pandemia do novo coronavírus, a Associação dos Aposentados e Pensionistas da Região do ABC reivindica junto ao governo a liberação do 14º salário para a categoria, já que no início da quarentena foi autorizada a antecipação do 13º salário para abril e maio, como forma de minimizar os efeitos da crise.
O presidente da associação, Isaias Urbano da Cunha, diz que os pensionistas vivem momento de insegurança, uma vez que muitos tiveram redução no salário e isso afeta no valor recebido. “Nossa prioridade agora é sobre o 14ª salário do aposentado, porque no final do ano eles não vão ter esse dinheiro, queremos isso pelo menos agora durante a pandemia, não precisa ser lei”, diz, durante entrevista ao canal RDtv.
A entidade teve redução de aproximadamente 1,5 mil associados com a pandemia e a paralisação das atividades presenciais, embora alguns serviços continuaram em funcionamento, em consultórios externos e no delivery. “Outros estavam trabalhando por telefone, já a podóloga atendeu na casa das pessoas, ligavam e ela ia”, comenta.
A instituição conta com cerca de 18 mil associados e 5 mil com desconto em folha de pagamento. Oferece diversos serviços para a população, como advogado para medicamentos de alto custo, psicóloga, nutricionista, curso de direito do idoso, apoio funerário, curso de pintura e oftalmologista, que podem se associar por desconto em folha, no valor de 1%, ou com o pagamento mensal de R$ 49,90.
Cunha considera o valor atrativo. O bisneto e neto são associados e não são idosos, mas contam com diversos serviços oferecidos pela associação. O dirigente está na primeira gestão com duração até 2024. A eleição ocorreu durante a pandemia, pelos integrantes da entidade.
Isolamento e solidão
Preocupado, Cunha conta que um dos maiores problemas causados pela pandemia tem sido a solidão dos idosos nos asilos. Afirma que os filhos e parentes deixaram de visitar os internados por conta do isolamento social. As visitas, que já eram escassas, desapareceram.
“Para minimizar a solidão, muito antes, já contávamos com o Vida Leve, um trabalho que grupos de música, piadas e teatro fazem ao visitar asilos. Mas com a pandemia, eles não podem ir. Por isso, o abandono ficou bem pior”, comenta o dirigente ao criticar os políticos pois diz que eles não visitam os asilos. “Os idosos não votam, mas têm parentes que votam”, defende.