Mantenedores e funcionários de escolas de educação infantil particulares de Mauá realizaram manifestação em frente à Prefeitura, na tarde desta terça-feira (4/8). Os participantes cobraram da administração pública um apoio financeiro para manter as escolas em funcionamento, tendo em vista que a pandemia da covid-19 trouxe diversas defasagens para o setor. A categoria, que representa 54 instituições da cidade, declara que as escolas perderam pelo menos 60% dos alunos em decorrência da covid-19.
Em entrevista ao RD, a mantenedora da Primeira Escola de Educação Especial em Mauá, Regina Galetti, conta que os proprietários de escolas buscaram reunião com o prefeito Atila Jacomussi (PSB), no entanto não foram atendidos para apresentar as reivindicações. “O Atila não quis nos receber e agora estamos aqui, lutando para manter nossas escolas em funcionamento na cidade com trabalho para nossos funcionários e colaboradores”, declara ao lembrar que cerca de 130 pessoas participaram do ato.
A mantenedora relata, ainda, que sua própria escola, que mal foi aberta para o recebimento de alunos, corre o risco de fechar as portas, caso não haja contribuição do governo. “Seria a primeira escola infantil destinada a alunos especiais residentes de Mauá, mas não sabemos se de fato ela chegará a funcionar, tendo em vista que não conseguimos manter os gastos da escola sem os alunos”, diz preocupada.
Após o anúncio do prefeito de Mauá sobre as aulas da rede municipal não serem retomadas no modelo presencial esse ano, Regina conta que diversos pais suspenderam o contrato com as escolas da cidade. “No dia seguinte do anúncio, vários pais ligaram para as escolas para falar que tirariam os filhos por conta da não retomada das aulas presenciais. E agora, como ficamos sem um auxílio do governo?”, questiona preocupada.
Jacomussi também disse em transmissão nas redes sociais que espera que o Estado anuncie protocolos diferenciados para as escolas tanto pública quanto privadas, justamente para que pais e donos de escolas possam resolver a questão da retomada de aulas e funcionamento das escolas. A princípio, o Governo do Estado de São Paulo prevê que a retomada das aulas presenciais ocorra somente a partir do dia 8 de setembro 8.
Os proprietários de escolas, professores e funcionários seguem na expectativa que o governo municipal se pronuncie nos próximos dias a respeito da situação das escolas particulares.
Mantenedora da única escola para atendimento de crianças com deficiências, Regina Galetti, 54, relatou que os pais estão deixando de pagar as mensalidades para pagar cuidadores para os filhos. “Outros estão recorrendo a escolas clandestinas, colocando os filhos em risco, porque precisam trabalhar”, completou.
A pedagoga Selma Oliveira, 42, relatou que os empresários conseguiram ter acesso aos benefícios do governo federal para redução de jornada e salário, mas que isso tem sido insuficiente. “Temos aluguel, contas de água e luz e precisamos de ajuda”, concluiu.