Depois de mais de três meses com atendimentos restritos a situações urgentes e de dificuldades respiratórias, por conta da pandemia da covid-19 as prefeituras do ABC retomam aos poucos o atendimento como consultas de rotina e exames nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde). O percentual de redução de redução de atendimento durante os três primeiros meses da pandemia varia em cada cidade, mas o que comum é que agora elas têm uma demanda reprimida para atender além do atendimento dos acometidos pelo novo coronavírus e outras doenças que continuam chegando ao sistema.
Mauá
A prefeitura de Mauá informou que as consultas agendadas nas 23 UBSs tiveram uma redução de 70%, em compensação houve alta de 11% no atendimento de demandas espontâneas justamente por conta dos pacientes com sintomas respiratórios. Para evitar aglomerações nas unidades a prefeitura reforçou o atendimento domiciliar que é feito para acompanhamento de pacientes acamados ou do grupo de risco. Essa modalidade de atendimento teve alta de 100%. “A agenda foi reduzida e o atendimento foi priorizado às gestantes, crianças até 2 anos, puérperas e recém-nascidos, sendo realizados atendimentos domiciliares aos pacientes do grupo de risco. As agendas de exames também foram reduzidas e os casos considerados prioritários, como retorno médico, alteração de exames anteriores, exames pré-operatórios, gestantes, entre outros casos foram avaliados criteriosamente pela equipe de saúde local. A retomada dos agendamentos está acontecendo de forma gradual, cumprindo as orientações do Ministério da Saúde e órgãos sanitários competentes”, informou a prefeitura que também diz estar elaborando estratégica de atendimento remoto, a telemedicina.
Ribeirão
Em Ribeirão Pires a retomada do atendimento também é gradual. Segundo a prefeitura para evitar aglomeração nas unidades no momento apenas 50% dos atendimentos clínicos foram retomados. “A Secretaria de Saúde elaborou plano de contingência para a Atenção Básica, bem como demais unidades da rede municipal. Nas UBSs e USFs (Unidades de Saúde da Família), foram mantidos atendimentos para doentes crônicos, com trocas de receitas; atendimento pré-natal e puericultura (0 a 1 ano). A vacinação também foi mantida, bem como atendimentos odontológicos (para casos de urgência e emergência). Coleta de exames foi mantida para gestantes e para casos considerados necessários pelos médicos. Desde 23/07, 50% dos atendimentos clínicos foram retomados – para garantir distanciamento social dentro das unidades e controle à disseminação do coronavírus”, informa a prefeitura.
São Bernardo
São Bernardo reduziu o atendimento pela metade, mas já está retomando gradativamente. A cidade tem 34 UBSs que, antes da pandemia, faziam cerca de 9 mil atendimentos mensais. ”Entre março e junho deste ano, este número foi reduzido pela metade, mesmo com os serviços essenciais e atendimentos de urgência mantidos. Neste período, foram ofertadas ferramentas de interação de Teleatendimento, Teleorientações e Teleinterconsulta. O atendimento presencial está sendo retomado gradativamente, desde julho, com cumprimento de todo protocolo sanitário”, detalhou a prefeitura em nota..
Diadema
Em Diadema a queda nos procedimentos realizados nas 20 UBSs comparando fevereiro (antes da pandemia) e julho, foi de apenas 10%. Isso porque a mudança no perfil do atendimento, mais voltado a doenças respiratórias, acabou compensando a redução dos procedimentos de rotina. “As gestantes, puérperas e crianças até dois anos de idade tiveram acesso garantido na agenda. Para os portadores de doenças crônicas descompensadas e com transtorno mental não estabilizados foi garantido o acesso ao atendimento presencial, sem necessidade de agendamento prévio. Para os demais pacientes estáveis e compensados, as equipes orientaram que algum familiar comparecesse para a renovação das receitas vencidas, reduzindo a necessidade de retornos ao serviço de saúde durante a pandemia, por considerar que os usuários pertencentes a este grupo de risco estariam mais protegidos em suas casas. O atendimento em saúde bucal foi mantido para os casos de urgência. As consultas programáticas eletivas foram suspensas”, sustentou a prefeitura em nota.
Outro atendimento que foi mantido em Diadema foi o de saúde mental. A prefeitura optou por acesso aberto à agenda, em demanda espontânea, com destaque para os casos com risco de suicídio. Porém as coletas de exames laboratoriais de rotina foram suspensas, mantidas apenas as coletas de exames de rotina de pré-natal e exames de urgência.
São Caetano
Por conta da prioridade aos pacientes com problemas respiratórios, São Caetano registra uma demanda reprimida, ou seja, um acúmulo de consultas a serem reagendadas de 5.792, sendo que mais da metade é para oftalmologista. Quanto a exames e procedimentos a fila tem 4.875 pedidos, sendo mais da metade para ultrassonografia. “As agendas para consultas e procedimentos permanecem abertas os atendimentos de urgências ambulatoriais e prioridades clínicas, pois entendemos que as pessoas adoecem de outras causas e há patologias que não podem aguardar sob risco de agravo. Pacientes com neoplasias e gestantes, por exemplo não deixaram de ser atendidos”, informou a prefeitura em nota. A cidade conta com 12 UBSs.
São Caetano também pretende reabrir os ambulatórios de especialidades no dia 17 de agosto. A prefeitura vem aumentando mês a mês o número de atendimentos: em abril foram 1.607 consultas especializadas na rede ambulatorial, em julho foram 2. 657. Exames especializados, exceto os laboratoriais também aumentaram; foram 1.056 em abril e mais que dobrou em julho; 2.269.
Santo André
Em Santo André as 32 Unidades Básicas de Saúde realizam em média 164 mil procedimentos mensais. Em junho esse número caiu para 91 mil atendimentos. “Com relação aos atendimentos realizados no período da pandemia, esclarecemos que foram mantidos os acompanhamentos das gestantes e casos que precisavam de atendimento com brevidade. No entanto, os atendimentos de rotinas foram desmarcados. Em junho os atendimentos foram parcialmente retomados”, informou a administração andreense.
Rio Grande da Serra não respondeu aos questionamentos do RD.