Com a decisão do Governo do Estado sobre o retorno das aulas a partir de setembro, uma das maiores dúvidas dos pais é sobre a obrigatoriedade da ida dos filhos à escola ainda este ano, enquanto não há vacina para a covid-19. Em entrevista ao RDtv, o secretário-executivo de Educação do Estado de São Paulo, Haroldo Corrêa Rocha, esclareceu que, caso o responsável opte por não permitir a volta do estudante, a decisão não acarretará na perda da vaga, embora a família precise garantir o ensino virtual para a criança.
Com apenas 35% da capacidade de estudantes, o retorno inicial acontecerá no dia 8 de setembro, data sugestiva para crianças com dificuldade de conexão com a internet ou que apresentem algum impedimento para acompanhar as aulas online. E, posteriormente, no dia 7 de outubro, direcionado para todos os demais. “O retorno das aulas também é importante para a convivência da criança com outras pessoas que não sejam do meio familiar, algo que é essencial”, diz o secretário.
O critério para a volta das escolas é que a região esteja a pelo menos 28 dias na fase amarela do Plano São Paulo, que é o caso das sete cidades do ABC, portanto, todas as escolas poderão optar pela volta, apesar da decisão sobre as unidades de ensino municipais ser de responsabilidade do município. No caso das particulares a regra é a mesma, uma vez que terão autonomia para retomar ou não. “Queremos ajudar as famílias e professores a perderem o medo de deixar as crianças retornarem, já que todos os protocolos serão seguidos”, enfatiza Rocha.
A retomada das aulas presenciais durante a fase amarela, segundo o secretário-executivo, foi decidida pois o momento demonstra maior controle da doença, mesmo sem a liberação da vacina. Sendo assim, o objetivo do Estado, de acordo com Rocha, é dar oportunidade para as famílias e professores tomarem as decisões. “A fase amarela significa que a região estabilizou e tem maior controle de pessoas infectadas. O risco não é zero, mas temos o mínimo de segurança para atender os alunos e receber os professores”, conta.
Sobre a diminuição da capacidade, Haroldo Corrêa Rocha explica que é necessária para que sejam cumpridas as medidas de higiene e distanciamento social. Servidores da área da educação que forem do grupo de risco, não poderão retornar. Assim como alunos que tenham tido contato com pessoas contaminadas ou estão sintomáticos.
Para garantir o acesso à educação das crianças que não retornaram, o secretário explica que possivelmente haverá um termo de compromisso que deverá ser assinado pelos pais, com a responsabilidade de que o aluno tem condições e suporte para seguir com o ensino virtual. “Os professores que não voltarem a lecionar presencialmente continuarão disponibilizando conteúdo online”, diz.
Na educação infantil, crianças de até dois anos não deverão usar máscaras, como recomenda os órgãos de saúde. A partir desta idade, os alunos contarão com o auxílio dos cuidadores para utilizarem a EPI (Equipamento de Proteção Individual). Para reforçar, Haroldo Corrêa Rocha relembra estudos recentes sobre os níveis de disseminação entre crianças. “De acordo com estas pesquisas as crianças contraem o vírus em um percentual menor do que adultos, além da transmissibilidade também ser menor”, diz.