A Volkswagen do Brasil anunciou que pretende cortar 35% do número de funcionários nas suas quatro fábricas, justificando a medida na redução da produção de veículos no país.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou que já iniciou negociações com a montadora, após reunião realizada na terça-feira (18/08), por iniciativa da montadora. A reunião contou ainda com representantes sindicais de trabalhadores das plantas de São Carlos, São José dos Pinhais e Taubaté.
Em nota o sindicato sustentou que a empresa apresentou uma pauta com medidas que pretende adotar para adequação aos efeitos da pandemia do novo coronavírus. “Entre as principais medidas estão a redução de 35% do efetivo (mensalistas, horistas indireto e direto), em média, nas quatro plantas.
A empresa também apresentou propostas que incluem flexibilidade de jornada, corte do reajuste salarial, redução do valor da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e alterações em benefícios como transporte, alimentação e plano médico. O sindicato, vai debater a pauta com a montadora, em conjunto com os dirigentes sindicais dos outros três sindicatos envolvidos na negociação, e vai informar os trabalhadores do avanço das conversas ao longo do processo”, diz a nota.
Já a Volks informou que a intenção é adequar o contingente de trabalhadores a um novo nível de produção. “A Volkswagen do Brasil está em processo de negociação com os sindicatos das fábricas em São Bernardo, Taubaté, São Carlos e São José dos Pinhais (PR) avaliando em conjunto medidas de flexibilização e revisão dos Acordos Coletivos vigentes para adequação ao nível atual de produção, com foco na sustentabilidade de suas operações no cenário econômico atual, muito impactado pela pandemia do novo coronavírus”.
Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a produção de veículos da indústria brasileira deve cair 45% em 2020 e a recuperação do mercado, com queda prevista de 40% em relação a 2019, é projetada só para 2025″.
O RD questionou a montadora sobre a possibilidade de fechamento de alguma das unidades, e se o corte de 35% atingiria de forma igual todas as fábricas, mas a empresa não respondeu aos questionamentos.