Faz pouco mais de um mês que as cidades do ABC reabriram os parques e praças, conforme as normas de segurança estipuladas na Fase 3 (Amarela) do Plano São Paulo. Acontece que, de lá pra cá, a fiscalização, que deveria ser rigorosa, parece não existir em alguns parques, dizem os frequentadores, amedrontados com o novo coronavírus. Enquanto isso, as prefeituras defendem que cumprem as instruções de fiscalização e para cuidados com a higiene nos espaços públicos.
Os parques ecológicos no Guapituba, Gruta Santa Luzia e da Juventude foram abertos dia 20 de julho, com medidas restritivas, em Mauá. Apesar de serem solicitadas medidas de proteção como uso de máscaras, álcool em gel, distanciamento social de 1,5 metro de distância, e a Prefeitura informe que pode realizar medições sanitárias nas entradas dos parques, há casos falhos registrados por frequentadores.
A estudante de arquitetura de urbanismo Fernanda Albuquerque esteve na região com o namorado a passeio, na última semana, e conta que, para acessar o parque, nenhum dos dois precisou passar pelo procedimento. “Achei um esquema de segurança bem falho, ainda mais pra um espaço público em que tantas pessoas acessam ao longo do dia. Além do mais, em vários pontos que procuramos álcool em gel não encontramos”, reclama ao avaliar o espaço como inseguro para turistas.
Em nota, a administração informa que os espaços públicos da cidade estão abertos de segunda-feira a sábado, das 7h às 17h, e aos domingos entre 7h e 13h. Não foi informado como funciona o sistema de fiscalização nos parques.
Alta no número de frequentadores
Em Santo André, os 10 parques municipais reabriram dia 17 de julho, com diversos protocolos de segurança. De acordo com a administração, especialmente após a reabertura, foi verificado um aumento de aproximadamente 25% no número de frequentadores dos parques, em comparação com o período anterior à pandemia.
Segundo a Prefeitura, a própria equipe de funcionários dos parques é responsável pela fiscalização dos protocolos de segurança e, ao verificar o descumprimento, é realizada uma abordagem para conscientização sobre a importância de seguir as normas de higiene, com objetivo de preservar a saúde de todos. “Não há aplicação de multa”, informa em nota.
A Deus dará
Para frequentar os parques é obrigatório utilizar máscara, respeitar distanciamento mínimo de 1,5 metro entre as pessoas e seguir demarcações colocadas nos gramados para evitar aglomerações. Mas o universitário A.D, morador na vila Assunção, ficou revoltado no sábado (29/8), por volta das 16h30, quando esteve no Parque Antônio Fláquer, o Ipiranguinha, e viu vários frequentadores sem máscara. “Fiquei indignado e até me arrisquei a questionar um deles por que não usava a proteção, mas não adiantou”, conta. “Não tinha ninguém fazendo medição de temperatura na portaria e não havia um segurança sequer em todo o parque, um absurdo”, reclama.
Em nota, a Prefeitura informa que está liberada a utilização de áreas abertas, como pistas de caminhada, academias, entre outros espaços para a prática de atividades individuais, desde que observado o distanciamento mínimo obrigatório. Os espaços Pet Parque, para as atividades com cães, também poderão funcionar desde que observada a capacidade do local.
Para evitar a aglomeração, os parques abrem às 6h e funcionam todos os dias da semana, incluindo sábados e domingos. O horário de fechamento varia de acordo com cada local.
Parques com limitação a 40%
Em Diadema, quatro parques foram reabertos a partir de 8 de julho, agora com limitação máxima de 40% da capacidade para quem for acessar os espaços. O controle, segundo a Prefeitura, se dá por funcionários dos parques. Os espaços são abertos das 10h às 16h e na entrada está disponível álcool em gel. Playground, academia ao ar livre, sanitários e bebedouros, estão proibidos para uso.
Em Ribeirão Pires, o horário também reduziu. Os parques funcionam das 8h às 16h, com capacidade limitada a 40%. A entrada é controlada para garantir o cumprimento do limite de pessoas que visitam simultaneamente o espaço, sendo: Parque Oriental – limite de 80 e o Parque Pérola da Serra, com limite de 40 pessoas.
Foram intensificadas a limpeza e desinfecção de áreas de maior fluxo de frequentadores e sanitários. Equipes de profissionais treinados fazem as orientações aos visitantes sobre o cumprimento dos protocolos de higiene e segurança. Na entrada dos parques, é feita a aferição de temperatura de todos os colaboradores e frequentadores através de termômetro digital infravermelho (de testa).
Em Rio Grande da Serra, os parques estão todos abertos, sem portões. A GCM tem feito, em conjunto com a Secretaria de Saúde, trabalhos de conscientização à população, com distribuição de máscaras de proteção facial, instruções para cuidados com higiene etc.
São Caetano estreita capacidade a 30%
As praças e parques da cidade estão abertas de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. Os parques estão com acesso limitado a 30% da capacidade e a área de playgrounds, bem como espaços de prática esportiva coletiva, continuam fechados. Cabe à Prefeitura a infraestrutura para o cumprimento deste decreto, como o fechamento às áreas proibidas e a oferta de álcool gel aos frequentadores.
O engenheiro civil Eduardo Chagas, de 32 anos, esteve com filha Sophia, de cinco anos, no Parque Cerâmica, no último fim de semana e conta ter sido surpreendido negativamente pela falta de fiscalização. Segundo Chagas, haviam diversas pessoas sem máscara e não havia qualquer vigilante no local, o que facilitava a “liberdade de passearem no espaço sem máscara de proteção”.
Chagas conta também que em um determinado momento chegou a repreender um rapaz, mas que este não era seu papel como munícipe. “A Prefeitura deveria colocar guardas ou alguma figura de autoridade por lá para fiscalizar a situação, senão essa doença nunca terá um fim”, reclama.
São Bernardo
São Bernardo reabriu os parques no dia 15 de julho. Com exceção da Chácara Silvestre, que está aberta à população das 6h às 21h, e do Parque das Bicicletas, aberto das 7h às 21h, os demais parques funcionam de segunda a segunda-feira, das 6h às 22h.
Todos atuam com capacidade reduzida em até 40%. Frequentadores com idade a partir de dois anos de idade são obrigados a utilizar máscaras e a temperatura dos visitantes está sendo aferida por meio de termômetro digital infravermelho (de testa) na entrada dos locais, concentradas nos portões principais.
Ainda não foi permitida a reabertura de áreas infantis como parquinhos, dos campos e das quadras poliesportivas nos parques e praça municipais que tenham esses equipamentos. Também não está permitida a utilização de bebedouros.
A fiscalização está sendo feita pelas administrações dos parques, com apoio da GCM. Antes da pandemia, a média mensal de visitantes nos parques e praça da cidade era de 24 mil pessoas. Hoje, este número foi reduzido para, no máximo, 40%.