A Universidade São Judas, com unidade em São Bernardo, atende estudantes surdos e/ou com algum tipo de deficiência auditiva até mesmo no período de aulas remotas. Assim, para garantir acessibilidade e assistir a esses alunos, a instituição adaptou as atividades para transmissão em tempo real, os chamados vídeos streaming, com tradução simultânea em libras, até a continuidade da presença do tradutor e intérprete após as aulas.
Em entrevista ao RDtv, a educadora e intérprete de Libras da Universidade São Judas, Caroline Martins, reconhece que o serviço é um dos diferenciais da universidade, que não deixou de dar suporte aos alunos apesar da pandemia do novo coronavírus (covid-19). “Desde muito antes da pandemia, nós (profissionais) fornecemos apoio a todos os alunos que têm algum tipo de deficiência auditiva, desde a entrada até a saída, seja na sala de aula, até mesmo nas palestras e atividades extraclasse”, explica.
Uma das primeiras ações desempenhadas pela São Judas após a suspensão das aulas, foi a explicação de como se daria o cenário com o isolamento social. “Primeiro explicamos o que aconteceria com a suspensão das aulas, para que os estudantes entendessem a importância de estar longe da universidade”, disse. “Depois disso, quando entenderam a importância de se protegerem, retomamos com cautela”, lembra ao frisar a importância do estudante em estar atento no que se passa com o mundo, apesar das dificuldades.
Segundo a educadora, antenada com a necessidade da inclusão social, a instituição não só tem feito oficinas para capacitação de professores e funcionários, como também tem aberto espaço para universitários com deficiência auditiva, sem acréscimo nas mensalidades. “Mesmo depois das aulas, os professores e profissionais mantém contato com os alunos até para explicar toda a situação que estamos enfrentando e para ajudá-los da melhor forma possível”, acrescenta.
Além do trabalho pedagógico, a Universidade São Judas trabalha fortemente o lado empreendedor, a fim da capacitar os jovens para um futuro promissor no mercado de trabalho. Também em entrevista ao RDtv, a psicóloga clínica bilíngue em libras e especialista em Psicologia Hospitalar, Daniella Marques, conta que o início da pandemia foi complicado para o deficiente auditivo, principalmente por conta da falta de acessibilidade e das informações necessárias a serem repassadas no ambiente de trabalho.
Segundo ela, o ideal seria que, em sua amplitude, todos os trabalhadores recebessem as informações sobre a pandemia e dos cuidados básicos, para que não haja desencontro de informações. “Muitos mal sabiam o que era a pandemia, muito por conta das informações que ficaram soltas ou que nem sequer receberam, mas que por conta do cenário, tiveram que se adaptar a uma situação”, diz.
A partir dessa percepção, Daniella conta que entra o olhar do ambiente profissional, em olhar o funcionário como um colaborador da empresa. “Em geral as empresas cumprem a lei de cotas, mas não incluem o trabalhador na empresa, não há uma integração na rotina, nos treinamentos, e é isso que precisamos trabalhar”, conta ao lembrar que universidades como a São Judas já atuam em projetos de discurso e inclusão de deficientes auditivos como estes.
Tradutor e intérprete
Quem se interessa, ainda, por se habilitar ser tradutor e intérprete na Universidade São Judas, será habilitado para traduzir textos em inglês e português. O objetivo principal do curso é formar cidadãos aptos a criticar, inovar e atuar em um mundo de constantes e rápidas mudanças. Além disso, prioriza a recriação de texto em suas diferentes modalidades e, pela diversidade de assuntos com que o futuro profissional trabalhará, oferece instrumentos para aprimorar sua cultura geral.