O ex-prefeito de Ribeirão Pires e pré-candidato ao pleito deste ano, Clóvis Volpi (PL) prevê que a condição econômica dos municípios em 2021 será muito difícil por conta da pandemia da covid-19 e, com o cessar das ajudas emergenciais, as cidades terão imensas dificuldades para enfrentar a queda de receita e o aumento da demanda pelos serviços públicos. Para ele o futuro prefeito vai ter que fazer ajustes rigorosos e impopulares para garantir o funcionamento da cidade. Ele já planeja, se eleito, cortar o número de secretarias de 21 para 12.
O liberal participou do RDTv desta sexta-feira (04/09) e falou sobre a perspectiva para a campanha e para o futuro da cidade. “Vamos ter em 2021 perto do que se arrecadou em 2013, no máximo em 2014, então temos que observar o que tínhamos naquele período em termos de administração, de receita e de máquina administrativa e voltarmos no tempo. Ver quantos habitantes tínhamos e quanto temos, qual a receita, quantos comissionados, quanto gastávamos, aplicar uma correção e começamos a trabalhar nisso, ou não vamos conseguir consertar a economia de Ribeirão Pires”, analisa.
Volpi calcula que este ano a prefeitura vai arrecadar R$ 2,2 mil por habitante e considera que esse valor é tão pequeno que pode levar a cidade a um caos financeiro. “Toda cidade que arrecada até R$ 2,5 mil por habitante, por ano, é considerada, no âmbito da economia pública, uma cidade pobre que só consegue fazer o trivial, não tem condições de fazer investimentos. Somos diferentes de Barueri, de Santana do Parnaíba, de São Bernardo, nós somos uma cidade não industrializada com um comércio ainda pequeno, e não temos base para crescimento rápido. Quem administrar Ribeirão Pires e tirar a cidade da crise vai ser um case e vai poder dar até palestra”, comenta para então entrar no campo das propostas: “Serão mudanças drásticas, enérgicas, não populares e que terão que ser compreendidas pela sociedade política e a sociedade em geral, pois a coisa, economicamente falando, será muito feia, não será fácil. Nossa proposta é reduzir de 21 para 12 secretarias, com corte substancial dos comissionados e a valorização dos funcionários efetivos, o que vai exigir muito braço para trabalhar”.
Finanças
A perspectiva nada otimista sobre as finanças da cidade no próximo ano são do político que foi vereador, deputado estadual e federal, além de duas vezes prefeito da cidade. A experiência, como ele próprio diz, o ajuda a entender melhor o cenário. “Orçamento de R$ 370 milhões não será possível realizar, como esse ano também não está sendo possível e os novos prefeitos terão uma luta muito grande para o equilíbrio financeiro. Certeza que, com essa pandemia, 30% não vai conseguir quitar seus impostos e ano que vem pode chegar a 40% em função do número de desempregados. Governo federal não conseguirá manter os recursos públicos que vai só vão até dezembro (auxílio emergencial). Se Ribeirão Pires arrecadar R$ 260 milhões vai ser muita sorte. A cidade deve chegar dos 12 mil desempregados, que tinham plano de saúde e vão para a saúde pública, pelo menos mil dessas famílias trarão o filho para a escola pública”, calcula Volpi que já considera essa situação na elaboração do seu plano de governo. “O plano que antes da pandemia era um, hoje está muito mais voltado à saúde e o social. Precisamos cuidar do cidadão pensando mais humanisticamente. Os repasses serão muito difíceis de serem feitos pelos governos estadual e federal. Haverá um realinhamento na forma de governar a partir do ano que vem; o que é bom”.
Eleição
Para Volpi ao fim das convenções devem restar cinco candidaturas na cidade e ele avalia que todos têm capacidade para vencer. “Será uma disputa equânime. Qualquer um de nós tem condição de vencer. Ao longo da campanha a população vai fazer a análise de dois ou três aspectos e farão essa diferenciação, olhando o candidato que tenha experiência em gestão pública e que tenha pé no chão. Eu estarei aqui discutindo com a população, eu não gosto do embate pessoal gosto de propostas propositivas. Eu sou mais pé no chão hoje, a experiência nos mostra que o mundo vem mudando na tecnologia e na cabeça das pessoas, e eu tenho buscado compreender mais as pessoas e elas estão mais preocupadas com a educação com a saúde e uma grande preocupação na área social em função do desemprego. Teremos que ter uma preocupação maior em por comida na mesa das famílias”, concluiu o pré-candidato.