O ex-prefeito de São Bernardo e novamente candidato ao paço, Luiz Marinho (PT) participou do RDTv desta terça-feira (08/09) e disse estar pronto para comparar as realizações dos seus dois mandatos com o governo do prefeito Orlando Morando (PSDB). Marinho teve oficializado, em convenção, seu nome para disputa da prefeitura ao lado da advogada Ana Paula Lupino (PTB), sua vice, e disse que Roberto Jefferson presidente nacional petebista não vai conseguir dissolver a chapa construída com a executiva estadual do deputado Campos Machado.
Segundo Marinho a escolha de Ana Paula Lupino valoriza a parceria das duas legendas, que compuseram a chapa Marinho e Frank Aguiar nas eleições de 2008 e 2012, além de destacar a participação da mulher. “Queremos estimular a participação da mulher na política e buscamos compor com os partidos que nos acompanham. O PTB nos ofereceu as duas vices com Frank Aguiar em 2008 e 2012 e agora o Campos Machado pediu novamente, procuramos mulher para dar oportunidade de participação. É injustificável na Câmara de Vereadores ter uma única mulher representando”, disse Marinho sobre a composição do Legislativo que tem apenas uma vereadora, a petista Ana Nice. Marinho disse que Ana Paula Lupino tem perfil adequado para preencher o cargo e que “está feliz em tê-la como parceira de chapa”.
A terceira composição de chapa com o PTB desagradou o ex-deputado federal e líder nacional da sigla Roberto Jefferson que disse que irá se mobilizar contra a aliança com o PT. Jefferson tem se posicionado a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Luiz Marinho minimizou a importância desse posicionamento do ex-deputado. “Respeito o Roberto Jefferson, creio que as tratativas com o Campos Machado serão mantidas. É uma eleição municipal, sendo tratado na esfera estadual acreditamos que esteja tudo certo. Tem os debates nacionais como tem em toda eleição, mas disputa é municipal. É natural que se faça debate da conjuntura, mas a disputa é local. As pessoas querem saber as respostas da saúde, querem comparar, estou preparado para fazer a comparação com qualquer governo. Os temas nacionais são parte inerente, mas é coadjuvante, não é ator principal”, disse o petista.
Apesar de ainda não estar no momento de expor seu plano de governo, Marinho já começou a comparar os governos seu e do seu sucessor e principal adversário político, Orlando Morando. “Herdamos a cidade sem saúde. Não tinha rede de Caps (Centro de Atenção Psicossocial). Reformamos 100% da rede de UBSs (Unidades Básicas de Saúde)”, comentou, para depois ponderar que não conseguiu fazer seu sucessor em 2016, quando o candidato era Tarcísio Secoli, por conta da onda antipetista daquele momento. “Rejeição sempre teve. Antes do PT nascer já tinha antipetismo, porque nós viemos para contestar e falar de redistribuição de renda e é por isso que somos contestados. Em 2016 o antipetismo e o ódio influenciaram muito as eleições. Tarcísio é preparado e a cidade perdeu não o elegendo”.
Marinho também acusou o governo Morando de parar obras que ele teria iniciado para só retomar dois anos depois como suas. “A cidade ficou no mato, no abandono, e escuridão. Se tivesse dado sequência no piscinão teria entregue em dezembro de 2017, não teriam morrido aquelas pessoas. Tirando as obras que deixei em andamento, e que ele parou por dois anos para terminar em período eleitoral, não fez mais nada”, acusou.
O ex-prefeito petista considera que agora a onda anti-PT está mais “amena” e que os feitos do seu governo estão sendo reconhecidos. “Não é à toa que o atual prefeito tentou fazer de tudo, tentou fazer a câmara reprovar as minhas contas. Faço parte do seleto grupo com 8 anos de aprovação e isso me dá serenidade para andar em cada pedacinho da cidade”, destaca.
Ao falar sobre a participação da internet e as redes sociais nas eleições deste ano, Marinho falou sobre um episódio ocorrido uma semana antes com comerciante no centro comercial da cidade. Segundo Marinho o rapaz que discutiu foi plantado por opositores. “Se comparar 2008 e 2020, a rede social é quase determinante, antes era insipiente. Tenho me preparado para a combinação das duas coisas. Tenho feito lives toda quarta-feira. Aquele cidadão que foi plantado, se postou como proprietário da loja e não era. Quando ele saiu eu voltei e falei com os proprietários sobre o comportamento antidemocrático que a gente tem que repudiar. Não sei se é bolsonarista ou fusarista”, acusa.
Sobre a pandemia do novo coronavírus, Luiz Marinho, se disse preocupado com o movimento nas ruas, locais de lazer e principalmente praias no feriado do dia da Independência. “As pessoas acham que acabou, vamos ver daqui 20 dias para ver a chicotada que vai dar; se aumenta ou vai continuar desacelerando”. Ele também comentou sobre eventual ausência de muitos eleitores nas urnas justamente por conta da pandemia. Ele disse achar que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tomará medidas para garantir maior segurança ao votar. “Faça uso do seu título de eleitor, não abra mão disso não. Tenho esperança que as pessoas olhem com carinho para esse debate e não se ausentem. Acho que TSE deva estender horário deixar o primeiro para o público mais vulnerável. Crio que vai pensar alternativas. Temos responsabilidade com a democracia que depende de cada um de nós”, finalizou.