A variação de preços no setor de entretenimento e lazer entre janeiro e agosto foi de -1,88% no Brasil e de -2,05% no Estado de São Paulo, mas para quem já se aventura a sair de casa vai encontrar grande diferença de preços nas atividades. Algumas subiram muito e outras tiveram variação negativa, já para quem prefere se entreter em casa , os custos aumentaram bastante. É o que mostra o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A pesquisa mostra que justamente por causa do isolamento social, muitas atividades, apesar do retorno com protocolos, encontram dificuldades para atrair clientes e com a procura menor os preços caíram. A queda foi grande no setor de hospedagem do Estado, onde as estadias caíram em média 9,28%. No setor de cinema, teatro e shows, os preços reduziram 4,34%, porque parte do segmento ainda está parado. Mas nada se compara ao preço das passagens aéreas, que caiu 54,25% no Estado nos oito meses pesquisados pelo IBGE.
Ainda para quem escolheu sair há alguns segmentos que tiveram alta, como o preço das bicicletas, alta de 5,44%. Quem resolveu fazer uma revisão na ‘magrela’ para passear vai gastar pelo menos 12,08% mais, a entrada de casa noturna subiu 4,76% e, na alimentação fora de casa, um lanche está saindo 8,75% mais caro do que no início do ano.
Os preços subiram principalmente para quem vai sair com a família. Os parques são os mais procurados por não concentrarem tanta gente. Mas alguns, como o Estoril, em São Bernardo, estão fechados. Quando for possível o retorno, o frequentador vai ter de desembolsar R$ 15 para o estacionamento; R$ 16 se quiser passear no teleférico (ida e volta); 20 minutos de pedalinho para dois adultos e uma criança saem por R$ 25; o aluguel de uma prancha para standup-padle custa R$ 50 a hora e o caiaque sai R$ 15, a cada 40 minutos.
Outro espaço que está fechado, mas deve reabrir em breve, é a Cidade da Criança, também em São Bernardo. O local tem várias atrações e o passaporte, que dá direito a todas elas, já é vendido e custa R$ 70. Brincar na Prainha, do Riacho Grande, na cidade, pode ser uma diversão mais barata, mas o local está fechado para os banhistas e não é permitido ficar nem na margem. Para evitar a transmissão da covid-19, a Prefeitura tem mantido guardas civis municipais no local para evitar aglomerações.
Casa
Agora, mais caro mesmo ficaram os preços para o entretenimento e o lazer em casa. O IPCA apurou que entre janeiro e agosto deste ano comprar um computador pessoal ficou 19,20% mais caro, aparelhos de televisão, som e informática subiram em média 15,81% e o pacote que inclui internet, telefone e Tv por assinatura teve alta de 2,70% no período. O uso em excesso dos telefones celulares para o lazer, trabalho e estudo custa; o conserto de celulares subiu 5,99%. Quem gosta de ler vai gastar mais também, isso porque as publicações não didáticas tiveram alta de 5,64%.
Para o professor de Economia e coordenador do Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Jefferson José da Conceição, a tendência é que a inflação do entretenimento fique próxima do zero, motivada pelos setores que ficaram fechados ou que ainda permanecem sem público. “A inflação está baixa, como uma média geral, mas temos uma amplitude muito grande, ou seja, diferença entre preço de itens que aumentaram bastante, como o arroz e outros que tiveram queda. Essa mesma variação acontece no entretenimento e lazer que, na média geral, teve uma variação negativa de 1,88%, pois tivemos setores que pararam, como cinema, viagens, pacotes de turismo e hospedagem que foram muito afetados e outros onde os preços subiram. Apesar de ainda estarmos na pandemia, o País volta aos poucos e é provável que a retração em alguns setores deixe de existir e os presos se estabilizem, nem com uma deflação grande nem com alta de preços, que fiquem próximo da inflação zero”, analisa.