A PIC (Pesquisa de Intenção de Compras) elaborada pelo Observatório Econômico da Universidade Metodista aponta que o consumidor pretende gastar um pouco mais com o presente do Dia da Criança, porém vai presentear menos crianças este ano, no comparativo com o ano passado. De acordo com a pesquisa o valor médio a ser desembolsado por presente chegará a R$ 119,20 no ABC, ou 9,7% maior que os R$ 106 do ano passado, considerando a inflação acumulada de 2,44% nos últimos 12 meses. Mas o número médio de crianças a ganharem presentes caiu de 1,64 no ano passado para 1,31.
O levantamento mostra ainda que o gasto total, com vários presentes, deve atingir R$ 226, contra R$ 200 programados em 2019. Isso significa aumento de 13%. Apesar da elevação no preço médio e do gasto planejado, o próximo Dia das Crianças deve apresentar movimentação econômica semelhante ao ano passado, em torno de R$ 72 milhões, já considerando a inflação acumulada nos últimos 12 meses. Em 2019 foram movimentados aproximadamente R$ 70 milhões. Pesou no cálculo dessa estimativa a elevação da proporção de famílias que não irão às compras: 35% das 440 pessoas entrevistadas não vão presentar neste Dia das Crianças, segundo a PIC.
“Essa queda (do número de presentes comprados) é explicada pelas medidas de combate ao novo coronavírus, que geraram recorde no desemprego de 14,1%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Covid-19) do IBGE, somado à redução na jornada de trabalho e renda de vários outros trabalhadores”, aponta o coordenador de estudos do Observatório Econômico da Metodista, professor Sandro Maskio.
Ainda de acordo com o professor, o consumidor está mais disposto a presentear, por isso o valor maior do presente, mas por conta da crise e do desemprego, vai optar por presentear menos crianças. A escolha do que se pretende comprar também chamou a atenção de Maskio. “O que nos chamou a atenção foi que os jogos educativos e de montagem foram para o topo da lista. Vemos aí a valorização da educação, pois as crianças estão mais em casa e os pais buscam uma nova distração para os filhos”, analisa. De acordo com o estudo o presente mais escolhido para os meninos são os jogos educativos/montagem (14%), seguidos de bola (13,1%). Para meninas, as bonecas lideram (35,2%), vindo a seguir vestuário/calçados (12,3%).
Com a volta gradual das atividades comerciais após o fechamento provocado pela pandemia, 55% dos entrevistados declararam que farão compras de forma presencial nos centros comerciais de rua, shoppings, bairro e livraria. Mas o e-commerce ainda será expressivo: 29% farão compras pela internet (veja gráfico no final desta matéria).
Natal
Tirando a Black Friday, que é uma data importante de consumo, ganhando espaço maior a cada ano, o Natal é a próxima data importante para o comércio em que as pessoas compram para presentear. Para o coordenador do Observatório Econômico da Metodista, o consumidor deve investir também um pouco mais nos presentes natalinos. “Isso deve ocorrer pela transferência do poder de compra, já que não vai gastar com uma viagem, não vai poder fazer uma grande festa ou uma ceia com muitas pessoas, poderá investir em um presente mais caro”, projeta Maskio.