Apesar do aumento do número de candidatos negros na região em 12,85% no comparativo com as eleições de 2016 e o fato do combate ao racismo e a criação de novas oportunidades de participação para esta comunidade, o número de vereadores que se declaram negros caiu de 13 para nove após o pleito do último domingo (15/11). Apesar disso, houve a eleição do único prefeito negro das sete cidades.
Claudio Melo, o Claudinho da Geladeira (Podemos) foi eleito prefeito de Rio Grande da Serra. Apesar disso, não aconteceu a eleição de negros para vereador. Entre os vices a única negra ainda na disputa é Patty Ferreira (PT) que está na chapa de José de Filippi Jr. (PT) na disputa pela Prefeitura de Diadema contra Taka Yamauchi (PSD).
São Bernardo é a cidade que contará com maior número de negros no Legislativo, serão três: os já vereadores Ana Nice (PT) e Eliezer Mendes (Podemos), e o debutante na Casa de Leis, Lucas Ferreira (DEM).
Mauá segue com dois representantes – Ricardinho da Enfermagem e Samuel Enfermeiro (ambos do PSB). O mesmo número em Ribeirão Pires com José Nelson da Paixão (Patriota) e Anderson Benevides (Avante). Bahia (PSDB) será o representante em Santo André e Suely Nogueira (Podemos) em São Caetano.
A tentativa de uma maior participação dos negros na política chamou a atenção de alguns setores que aguardam essa representação. Em entrevista sobre o afroempreendedorismo no RDtv, em 4 de outubro, o pesquisador convidado do Conjuscs (Carta de Conjuntura da Universidade Municipal de São Caetano), Sérgio Ricardo Gaspar, falou sobre a importância de uma maior inclusão na política para destravar medidas para os negros.
“Precisamos colocar o Estado como um elemento organizador da sociedade e o elemento organizador da sociedade sempre foi pautado pelo racismo estrutural. Vamos pensar que no município de São Paulo, pelo que eu me lembre, apenas teve um prefeito (negro) que foi o Celso Pitta. Isso na maior cidade do país. Agora se colocarmos o racismo estrutural dentro do Estado, então ele é o operador do racismo, ele que bloqueia em parte a própria legislação (para o afroempreededorismo)”, explicou.
Neste ano o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou a regra de as verbas de fundo partidário e do tempo de televisão e rádio deveriam ser divididos igualmente entre candidatos negros e brancos. No Brasil, segundo informação dados preliminares do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) dos 5,4 mil prefeitos eleitos, 1,7 mil se declararam pretos ou pardos.