Festas e bares em Diadema lotam enquanto covid-19 avança na cidade

Bar que fica no Jardim Canhema. Redes sociais anunciaram evento e a fiscalização chegou depois do fim da festa. (Foto: Redes Sociais)

O número de casos de covid-19 em Diadema tem subido dia a dia e a capacidade de resposta da Prefeitura, quanto à fiscalização de locais que promovem aglomeração, diminui. O RD testou os canais divulgados pela Prefeitura para encaminhamento de denúncias e só conseguiu contato na GCM (Guarda Civil Municipal) após mais de duas horas de tentativas e o próprio guarda que atendeu admitiu dificuldade em dar conta do número de denúncias.

A reportagem recebeu a denúncia de dois endereços onde festas com aglomeração e música ao vivo aconteceram durante toda a tarde e noite sem nenhuma intervenção da fiscalização. Decreto municipal proíbe eventos que promovam aglomerações e os estabelecimentos também não podem receber frequentadores acima da capacidade do local e sem máscara, o que tornou os dois eventos irregulares.

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No estabelecimento Jabar, que fica na esquina da avenida Dom Pedro I com a rua Guarani, na Vila Conceição, já havia dezenas de pessoas por volta das 14h. A reportagem passou no local novamente às 21h e o local estava lotado, com aglomeração dentro do bar e também nas calçadas e a maioria dos frequentadores não usava máscara. Outro bar, este na rua Neuza, no Jardim Canhema, anunciou em suas redes sociais um show, que teve início às 14h e que foi ininterruptamente até as 22h também sem nenhuma atuação da fiscalização apesar da denúncia feita por moradores e reiterada pela reportagem. Em atendimento a uma solicitação do RD, a assessoria de imprensa da Prefeitura encaminhou foto do evento feita pela fiscalização já na madrugada desta segunda-feira (23/11) quando a festa já havia terminado.

Leitores encaminharam fotos e vídeos de aglomerações nas ruas e em estabelecimentos. Um dos vídeos mostra que aos 32 minutos da madrugada desta segunda-feira (23/11) várias viaturas da GCM e também o caminhão Tempestade, usado para o controle de pancadões, estavam estacionados na sede da corporação. O Tempestade é um caminhão provido de um canhão de água que foi anunciado este ano como uma solução para a dispersão dos pancadões sem o uso de força.

A moradora do Jardim Gazuza, Giovana (nome fictício) disse que os pancadões que acontecem no seu bairro não tiveram nenhuma atenção da guarda no final de semana, como também em outras ocasiões. “Eu tive a informação que a guarda ambiental e a Romu (Rondas Municipais) estavam atuando em outras localidades e como sempre aqui no bairro abandonaram a gente. Eu tenho protocolo das ligações, mas não adianta. Hoje (segunda-feira, 23/11) liguei na Secretaria de Defesa Social para falar com alguém sobre os chamados que fiz no fim de semana e ninguém quis me atender”, conta a moradora, que preferiu que seu nome verdadeiro não fosse revelado por medo de represálias dos organizadores das festas.

O RD ao ser atendido no domingo na Central da guarda teve a informação passada pelo próprio atendente de que não havia efetivo para cobrir toda a cidade e atender aos chamados. O Guarda registrou a denúncia dos dois bares na Vila Conceição e no Jardim Canhema, e disse que havia diversos outros chamados.

Enquanto as atividades que promovem aglomeração continuam, o número de casos de covid-19 não para de aumentar em Diadema. O último boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura na quinta-feira (19/11) mostrava alta de 2,7% do número de notificações nas 24h que antecederam o levantamento. Foram 1.346 notificações em um dia. O número de óbitos também aumentou, foram 57 casos; alta de 0,6%. Até sexta-feira haviam 308 pessoas internadas, nos leitos municipais, 220 delas com confirmação de covid-19, o que faz a ocupação de leitos municipais ficar em 54%. Há dois meses a ocupação estava em 53% e o pico foi em outubro, que chegou a 62% no dia 23.

O RD questionou a Prefeitura sobre os números de telefone informados para denúncias que não funcionam e também sobre a capacidade de atendimento de denúncias e quantas ações foram promovidas pela GCM no final de semana no combate a pancadões e aglomerações em estabelecimentos comerciais ou áreas públicas, mas até o fechamento desta reportagem não obteve resposta.

O vídeo a seguir mostra os veículos da GCM estacionados na sede da corporação, entre eles o caminhão Tempestade.

 

 

 

 

 

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