Na última sexta-feira (4/12), Mauá ultrapassou os 9,6 mil casos e as 400 mortes em decorrência do novo coronavírus (Covid-19). Apesar disso, um dos eventos tradicionais da cidade, o Festival de Assadores e Cerveja Artesanal, que teve início no dia 4 de dezembro na Avenida Portugal, segue ocorrendo normalmente na cidade neste fim de semana (5 e 6 de dezembro), organizado pelo Festival Sabor Brasil.
Uma das vizinhas do espaço, que preferiu não ser identificada, reclama da situação. “Onde já se viu em meio a uma pandemia, com tantas mortes e tantas pessoas doentes, organizarem um festival assim, com tanta gente aglomerada?”, questiona a moradora que já perdeu um irmão, em julho, para a doença.
Mesmo em quarentena, a reclamante conta que precisa passar pela Avenida pelo menos duas vezes na semana, e diz já enfrentar aglomeração com as feiras livres que acontecem no local. “Já sou obrigada a passar pelas feiras livres, além dos tumultos noturnos, que acontecem por conta dos bares que permanecem abertos pela falta de fiscalização da Prefeitura. Agora a situação tende a piorar com esse festival. Os hospitais sem capacidade de atendimento, mais casos confirmados na pandemia e a cidade largada”, reclama.
Diante das reclamações, o RD entrou em contato com a organização do evento. Marcos Luís Pereira, organizador do Festival, explica que apesar da preocupação dos vizinhos do espaço, não há o que se preocupar, tendo em vista que no espaço não há aglomeração de pessoas. “Além de aferirmos a temperatura dos clientes, disponibilizarmos álcool em gel e seguirmos os protocolos do Ministério da Saúde, estamos de olho se há aglomeração, e não há o que se preocupar”, diz.
Segundo o organizador, por conta da pandemia, houve queda de pelo menos 70% no movimento do festival, se comparado com o ano passado. “Tivemos uma queda brusca na participação, o que afeta diretamente nas questões de aglomeração. Nosso festival geralmente funciona das 14h às 22h, e nesse período recebemos cerca de 200 pessoas, um número muito baixo para que haja aglomeração. Não há o que se preocupar”, enfatiza.
Questionada, a Prefeitura não se manifestou até o fechamento da reportagem.