A Prefeitura de São Bernardo realizou na manhã desta quinta-feira (10/12) a derrubada de três imóveis residenciais e sete comerciais na rua Maria Adelaide de Lima Quelhas, na comunidade do DER. Segundo a administração, as construções eram irregulares e não havia moradores no local. Porém, os responsáveis pela construção disseram que tiveram de tirar os pertences dos imóveis às pressas.
“Chegaram às 7h da manhã, acordaram a gente e mandaram que tirássemos tudo que iam demolir. Mas não teve aviso nenhum antes, ou a gente tirava as coisas na hora ou iam demolir com tudo dentro”, disse Robson Firmino, de 32 anos.
A tia do rapaz, Miriam Pereira, disse que no local foram construídas casas para a família. “Na favela do DER está tudo irregular, mas aqui que está tudo bonitinho, eles vem aqui derrubar”, lamenta a moradora que informou que o local já tinha até ligação oficial de água e sua mãe, o irmão e uma sobrinha já estavam se preparando para mudar para lá.
Robson Firmino disse que, ao todo, o prejuízo da família foi de R$ 150 mil, com a construção do imóvel de dois pavimentos. “O que revolta é que eles não mostraram nada, nem um papel, vieram com a GCM para nos forçarem a sair. Não teve notificação, entregaram só um aviso semana passada para um pedreiro que estava colocando uma janela”, disse.
A Prefeitura informa, em nota, que os imóveis considerados irregulares estavam sendo usados comercialmente e estavam em local onde será aberta uma rua. “A Prefeitura de São Bernardo informa que realizou ação na manhã desta quinta-feira (10/12) para remover aproximadamente três construções irregulares em terreno da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), na comunidade do DER. Os imóveis estavam sendo usados para fins comerciais e não eram habitados. A operação não envolveu nenhuma moradia. O responsável pelos imóveis já havia sido notificado em outubro deste ano pela prefeitura, por não obedecer à lei 6.398/2015, que trata das regras para movimentação de terra, e 6.222/2012, que regula o uso e ocupação do solo, entre outras irregularidades. Até o momento, a operação transcorre de forma pacifica. A remoção dos imóveis irregulares permitirá um novo acesso ao bairro a centenas de moradores, que hoje têm uma rua sem saída”, diz o informe.