Ex-presidente da Anvisa diz que falta de planejamento prejudicará municípios

O ex-diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), William Dib, disse em entrevista ao RDtv nesta sexta-feira (11/12) que a falta de um planejamento detalhado para vacinação contra a covid-19 pode prejudicar os municípios. Segundo Dib, o governo do Estado cumpre seu papel em acelerar a liberação dos imunizantes, mas a politização junto à esfera federal pode ser um fator que também deve atrapalhar o êxito da imunização.

Ante as incertezas, prefeitos e governadores de todo País se movimentam além de suas atribuições tradicionais para ajustar as infraestruturas necessárias à vacinação. “Os municípios já estão se organizando como podem e da maneira que estudam ser o ideal, porque independente se liberarem a Pfizer, Coronavac, ou qual imunizante for, precisam ter uma infraestrutura mínima para conservar as vacinas, e o Ministério não repassa o planejamento detalhado”, diz Dib.

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O presidente, que é ainda ex-prefeito de São Bernardo, diz que sem esse tipo de planejamento, insumos podem ser perdidos entre os municípios. “A Pfizer, por exemplo, é um insumo que precisa ser mantido em uma temperatura bastante baixa. Se os municípios não tiverem um plano detalhado para guardar bem o material, os insumos serão perdidos, e ainda que haja a liberação, não será possível manter as vacinas conservadas”, enfatiza.

Ainda de acordo com o presidente, o ideal para vacinar a população é que se tenha pelo menos dois tipos de imunizantes. “Um imunizante não será suficiente para toda a população. O ideal é que se tenha pelo menos dois ou três tipos de vacina para causar um efeito importante na saúde das pessoas. São vidas correndo risco e infelizmente será necessário uma boa cobertura vacinal com o máximo de imunizantes possível em um curto período de tempo”, diz.

No ponto de vista do ex-presidente, a Anvisa é considera como uma das três melhores agências do mundo pelo corpo técnico e gabarito na saúde. Dentro dos quesitos de liberação do imunizante, Dib acredita que o órgão está fazendo seu trabalho em responder as questões referente aos imunizantes disponíveis. “A Anvisa não se pronuncia quando não é questionada. Ela faz o trabalho dela criteriosamente e muito corretamente. Quem agora precisa fazer seu trabalho é o governo central, que está muito atrasado na questão”, defende.

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