Enquanto o debate sobre a aprovação emergencial de vacinas segue no Brasil, a Prefeitura de São Caetano planeja o aumento da base vacinal. Com exclusividade ao RD o prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) afirmou nesta segunda-feira (14/12) que vai buscar o maior número de opções possíveis, mas que no primeiro momento conversará com o Instituto Butantan para a aquisição da coronavac.
A ideia do governo sul-sancaentanense é repetir o que foi feito na primeira campanha da gripe entre 1998 e 1999 e ter um plano ampliado em relação ao que será feito nacionalmente e no Estado, assim não só dando mais opções de vacinas, mas também ampliando os grupos prioritários como os servidores da Educação, não contemplados em nenhum dos projetos apresentados até o momento.
“O Instituto Butantan é do Governo do Estado, o que nos permite conveniar, então farei um processo de compra direta de vacina, mas deixando claro que qualquer fabricante que tem autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o mercado estando aberto São Caetano vai ampliar sua base vacinal”, explicou.
Auricchio também defende que o Consórcio Intermunicipal Grande ABC tenha uma postura parecida para que conseguir ampliar a oferta de vacinas nas sete cidades utilizando da prorrogativa de uma compra conjunta, fato que poderia amenizar o preço cobrado por frasco, algo que já ocorreu com a compra de insumos no início da pandemia.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de seguir o Reino Unido e realizar um treinamento para que outras pessoas possam ajudar na futura campanha de vacinação e assim acelerar o processo, Auricchio considera que não haverá essa necessidade devido ao histórico de campanhas realizadas no Brasil.
O chefe do Palácio da Cerâmica também relatou preocupação com a disputa política em torno do processo de busca pela vacina e a pressão exercida na Anvisa para que uma resposta seja feita imediatamente após o protocolo de registro, algo que ainda não aconteceu com nenhum fabricante que testou seu imunizante no Brasil.
“É um absurdo ver que um plano nacional chegou no STF (Supremo Tribunal Federal). Isso deveria ser debatido pela comunidade médica e não nas barras da Justiça. Temos que ficar alinhados com os países desenvolvidos e participar de desse pool para a compra da vacina. Assim que houver a resolução nos países mais ricos, temos que procurar todas as vacinas possíveis para os países em desenvolvimento”, relatou.
A princípio o Governo do Estado alega que fará a vacinação com a coronavac (parceria Sinovac/Instituto Butantan) no dia 25 de janeiro. No dia 23 de dezembro haverá a entrega do relatório final do estudo clínico da fase três do imunizante. A ideia do Estado é que a aprovação ocorra em três dias, mas a Anvisa afirmou que o processo emergencial para autorização ocorrerá em um período de 10 dias.