Bares na Vila do Doce lotam, desafiando Plano São Paulo de combate à covid-19

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A ocupação de leitos exclusivos para a covid-19 está subindo deste o início do mês em praticamente todo o Estado e já chega a 61% e em Ribeirão Pires não é diferente. A ocupação do hospital de campanha em 16 de novembro era de 49% e um mês depois já estava em 53%. Ocorre que, mesmo o país vivendo uma segunda onda de infecções, os bares continuam proporcionando aglomerações e com pessoas que não usam máscara, mesmo quando não estão comendo ou bebendo. Um flagrante desses aconteceu no sábado (12/12) na Vila do Doce.

Na data do flagrante já estava valendo legislação estadual que proíbe a venda de bebidas alcoólicas após as 20hs, mas as 21h33 frequentadores faziam lives com as mesas cheias bebidas. Na segunda-feira (14/12) a Abrasel- SP (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo) conseguiu uma liminar garantindo a venda de bebidas sem restrição, mas nesta quinta-feira (17/12) o STF (Supremo Tribunal Federal) derrubou a liminar. A decisão foi do presidente do STF, Luiz Fux, que atendeu a um pedido da Procuradoria Geral do Estado, que argumentou que a suspensão da venda de álcool visa coibir aglomerações e conter a alta nos casos de coronavírus em todo o Estado.

O curioso é que os frequentadores de um bar na Vila do Doce estavam aglomerados e cantando músicas do grupo Roupa Nova, cujo vocalista Paulinho, morreu de covid-19 dois dias depois. Uma moradora da cidade, que preferiu não ser identificada, falou ao RD sobre a sua preocupação com essa situação e outras que tem visto pela cidade. “Há um mês perdi um membro da família para o coronavírus, mal teve velório, agora me revolta ver esse tipo de coisa, o povo não vê a gravidade dessa doença”, disse a mulher indignada. “As pessoas estão morrendo, as UTIs estão lotadas de novo, e o pessoal lotando bar, onde estão com a cabeça?”.

Em nota, a prefeitura de Ribeirão Pires diz que vai intensificar a fiscalização. “Todas as regras previstas no Plano São Paulo estão sendo observadas. A fiscalização – feita de forma permanente pela prefeitura – está sendo intensificada visando coibir os excessos, priorizando as ações de prevenção e orientação de munícipes e comerciantes”, informou.