Os moradores da rua Carneiro Ribeiro, Jardim Santa Cristina, em Santo André sofrem há anos com os bailes funk que tomam completamente a rua. Além do barulho e da sujeira, os moradores ficam impedidos de entrar e sair de suas residências. Uso de drogas e até disparos de arma de fogo durante a madrugada são comuns. A Polícia Militar informou que tem conhecimento da situação na área, mas os pancadões aconteceram sem intervenção entre a noite da véspera de Natal e a manhã do dia 25/12. Na madrugada deste sábado (26/12) novamente o barulho foi até as 7h da manhã.
Uma moradora que preferiu que seu nome não fosse revelado, conta que há cinco anos convive com os bailes funk na porta de casa. Ela informou que fez cinco boletins de ocorrência pela internet, também já usou as redes sociais para levar o problema ao conhecimento da prefeitura, mas a situação persiste sem qualquer intervenção. “Eu tenho um filho com necessidades especiais, o barulho deixa ele muito irritado, ele chora muito”, lamenta a moradora. “A gente não pode sair, se sair não volta, tomam a frente da nossa casa, a minha garagem amanhece todo final de semana cheia de lixo, copos e latas de cerveja. Até tiro a gente ouve de madrugada”, completa.
O endereço é conhecido da Polícia Militar, que diz que apenas fez o policiamento no entorno nas madrugadas do dia 25 e do dia 26/12. “No endereço citado não houve atuação direta da da Polícia Militar. Após análise operacional, verificou-se que a alternativa adequada era intensificar o policiamento no entorno. O endereço citado também é analisado pelo setor operacional, para monitoramento e inclusão em calendário de operações. Desde o início da pandemia, a Polícia Militar presta apoio a órgãos municipais e vigilância sanitária, responsáveis pelas fiscalizações e demais ações que visam coibir a aglomeração de pessoas. Paralelamente, a PM realiza um trabalho de orientação ao público sobre as formas de prevenção ao novo coronavírus e a importância do isolamento social”, informou a corporação em nota.
A PM realiza a operação Paz e Proteção em todo o Estado para coibir a aglomeração de pessoas e a formação de pancadões. “Os locais são mapeados e, dentro do critério técnico, direcionadas as viaturas para impedir sua instalação. Quando já iniciado, a PM mantém o policiamento pelas imediações, para garantir o direito de ir e vir das demais pessoas e evitar que o evento aumente. Desde o início do ano, o trabalho da operação Paz e Proteção permitiu a prisão de 1.160 pessoas, sendo 333 procurados da Justiça, a apreensão 534 veículos irregulares, a retirada das ruas de 1.025 armas de fogo e a apreensão de 1,3 tonelada de drogas, além de 3.238 autuações de trânsito”, informa a polícia.
A prefeitura de Santo André também foi questionada pelo RD, mas não respondeu até o fechamento desta reportagem.