Em entrevista ao RDTv, o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT) falou sobre seu trabalho na Assembleia Legislativa durante o ano marcado pela pandemia da covid-19, falou sobre o que considerou erros de atuação do governo estadual nesta área e também do atraso em projetos que visam trazer o Metrô para o ABC. O petista também fez críticas ao governo federal, e admitiu falhas de comunicação do próprio partido.
Para Teixeira, o governo estadual errou em estratégias que usou para o combate a pandemia. “Na Saúde foram muitas mortes por deficiências no atendimento, falta de UTI, parou todo o atendimento da saúde. Se a pessoa tinha uma doença, como um câncer, não tinha como se tratar, tudo parou. E nós deputados fomos acionados para tentar corrigir equívocos; em nenhum outro ano do mandato trabalhamos tão forte como atuamos neste. O comércio a indústria e a prestação de serviços teve que parar e tem muita gente parada também. Na Educação as aulas foram virtuais, mas os alunos não têm computador. Fiz propostas para que o governo fornecesse aos professores e aos alunos, equipamentos com acesso à internet para que a gente pudesse enfrentar esse momento”, explica o deputado.
O petista considera que o estado mais rico do país caminha para a pobreza e a fome da sua população. “A crise financeira em que o estado está atolado tem a tendência de piorar porque o governador simplesmente se omitiu não discutiu o momento de pós-pandemia sobre qual a medida para diminuir o desemprego. A fome está chegando e lamento dizer que o Estado de São Paulo está vulnerável à fome e ao desemprego”.
Metrô
O maior foco das críticas do deputado foi quanto ao Metrô, cujo projeto da linha 18, ligando São Bernardo, São Caetano e Diadema ao sistema, foi sepultado pelo governo que em compensação lançou a linha 20 Rosa, que não saiu do papel. “Está tudo parado, nem o projeto básico, nem os estudos preliminares, nenhum projeto executivo foram feitos. O ABC conquistou o Metrô, foi uma luta de muitos anos. Muitos políticos da região ganharam eleição usando isso. Aí veio o BRT, mas o ABC quer e precisa do metrô. A única forma é a linha 18 o resto é marketing, e não foi tocada porque o PSDB não tem compromisso com o ABC. E para a linha 20 o orçamento reservou apenas R$ 10″, disse.
O deputado estadual foi contra o fechamento do comércio no Estado da forma como foi feito no Plano São Paulo. “Até maio a única medida do govenador João Doria foi antecipar o feriado de 20 de novembro (Dia da Consciência Negra) e fazer um superferiadão. Antes disso decretou a emergência, mais nada. Só depois de 40 dias determinou o uso de máscaras. Foram muitos erros que o governador e os prefeitos do ABC cometeram e isso custou muitas vidas. Poderia ter fechado de forma escalonada, onde não tem nenhum problema não precisaria fechar totalmente. O Doria como os prefeitos do ABC se pautaram por pressões. No momento de fechar o governador flexibilizou. Liberou na Capital e não o ABC, ele foi errático e omisso”, criticou.
Bolsonaro
Luiz Fernando Teixeira também apontou para o presidente Jair Bolsonaro, que disse ter as mãos sujas de sangue por conta da pandemia da covid-19. “Esse homem tem a responsabilidade por milhares de mortes que aconteceram; ele foi um mau exemplo, não governou e não enfrentou. Enquanto o mundo debateu ele dizia que isso não existe, que era uma gripezinha, igual ao Donald Trump que foi lavado as urnas. E ainda existem seguidores, mas Hitler também teve e muitas pessoas do mau tiveram seus seguidores. Ele não só é responsável pela morte de muitos brasileiros, mas pelas questões econômicas. Temos um presidente que é um fanfarrão, genocida e irresponsável. Ele tem nas mãos o sangue de milhares de brasileiros por suas omissões e suas ações”.
PT
O deputado estadual petista também criticou a forma como seu partido trabalhou o processo eleitoral municipal em São Bernardo, onde o candidato e ex-prefeito Luiz Marinho (PT) perdeu para o atual prefeito Orlando Morando (PSDB). “O Marinho fez muito pela cidade, mas não propagandeou suas ações. O Orlando só fez praça-parque. Nós não dialogamos por falta de instrumentos e por erros nossos. Retomamos duas prefeituras – Mauá e Diadema -, porque numa o prefeito ficou mais tempo na cadeia, e Diadema que pagou alto preço, pois o prefeito Lauro Michels (PV) detonou a cidade como um todo”, conclui.