A contagem regressiva para o fim de 2020 já começou e se os animais, principalmente os cães, soubessem ler o calendário já estariam entrando em desespero, isso por causa do incômodo que sofrem com os fogos de artifício. O estresse atinge os animais de tal forma que muitos se escondem sob os móveis e ficam muito agitados. Quem tem animal em casa já sabe que vai também sofrer junto com eles, mas é possível minimizar esse desconforto. A professora do curso de Medicina Veterinária da Universidade São Judas Tadeu, Jordana Casemiro Pinto Monteiro, explica como os donos podem deixar o animal menos tenso durante a festa da virada.
Existem produtos no mercado que o tutor pode usar para que o bichinho fique mais calmo e não se estresse tanto com o barulho. “Primeiro é importante no dia 31 colocar o animal em um local restrito para abafar ao máximo o ruído; colocar algodão no ouvido também pode ajudar para que ele não fique muito agitado e se machuque. Tem ainda alguns produtos em spray que são feromônios que têm uma ação de bem-estar do animal como se estivesse em contato com a mãe. Esses produtos podem ser borrifados onde o animal fica, na caminha ou no ambiente mesmo e vão deixar ele mais tranquilo”, disse a professora da São Judas.
Os produtos devem ser colocados alguns dias antes, para ter a ação esperada, além do spray é possível encontrar também aqueles indutores que se coloca na tomada. “O efeito de duração é de até um mês. A gente não percebe qualquer odor, é só para o animal. Se for spray uma ou duas vezes ao dia, na semana, tá bom, mas tem produtos específicos para cães e para gatos. Em geral esses produtos são acessíveis e fáceis de achar, o difusor de tomada é mais caro, mas dura um mês”, comenta.
É possível também usar calmantes, mas Jordana orienta que qualquer medicação deve ser prescrita por veterinário. “Alguns calmantes alopáticos ou fitoterápicos podem ser usados, mas é sempre muito importante buscar a orientação de um médico veterinário para a prescrição”.
Viagens
Muita gente viaja nesta época do ano e, em geral, o pet da família vai junto, mas o bichinho teve ter segurança também, igual aos demais passageiros. “Se for um gato ou cachorro de pequeno porte, uma caixa de transporte com o tamanho adequado, onde ele possa ficar de pé e se virar, já é suficiente, mas se ele é um cão médio ou grande é preciso de um cinto de segurança especial”, explica Jordana.
A médica veterinária e professora da São Judas diz que é preciso ter atenção com a hidratação do animal e o calor durante a viagem. Algumas raças sofrem mais no calor, é o caso dos animais de focinho curto, como os buldogues, pugs e Ilhasa-apso, por exemplo. “Eles têm tem dificuldade nas vias respiratórias, no calor é mais difícil fazerem a troca de temperatura. O ideal é viajar nas horas mais frescas do dia ou usar o ar-condicionado pois eles podem entrar em colapso por causa do calor”, orienta.
Home-office
Com a pandemia da covid-19 e o trabalho em casa de muitas pessoas, os animais de estimação também se acostumaram a essa presença mais frequente do dono em casa, o que pode trazer distúrbios comportamentais é se o tutor volta a sua rotina anterior, de um dia para o outro, voltar ao trabalho presencial. “Nesse caso eles podem desenvolver problemas comportamentais, como comer chinelos ou outra coisa. Na pandemia, também os animais saíram menos, tiveram menos interação, isso é outra coisa que pode trazer distúrbios. “Dica para essa mudança ser menos brusca é; quanto mais interação tiver com o ambiente melhor e isso pode acontecer com brinquedos, aqueles em que se coloca um petisco dentro e ele tenta abrir para ter seu prêmio é uma opção muito boa, para os gatos caixas e arranhadores, isso vai facilitar para que ele não sinta tanta falta do dono”, orienta a veterinária.