A Polícia Civil informou nesta segunda-feira (4/1) que encontrou o corpo de Roger Ferreira Silva, de 35 anos, morador de Diadema. Os restos mortais foram encontrados na Estrada do Curucutu, no Jardim Vera Cruz, na zona sul da Capital. Desaparecido desde o dia 30 de dezembro, Roger foi encontrado com sinais de tortura. Cinco suspeitos foram presos pelo crime.
A Polícia Civil da Capital prendeu, neste domingo (3/1), três pessoas pelo homicídio que vitimou um motorista de aplicativo encontrado morto na zona sul de São Paulo no mesmo dia. Outras duas pessoas também foram presas pela venda e compra do celular da vítima, que estava desaparecida desde o dia 30 de dezembro.
As detenções foram realizadas por agentes da Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco), da 6ª Delegacia Seccional de Polícia. Os trabalhos tiveram início com o encontro do celular do motorista com uma adolescente, de 12 anos. “Com o uso do aparelho, tentaram habilitar um aplicativo e foi uma mensagem para o e-mail da vítima. A Polícia Militar, com o uso da geolocalização, conseguiu encontrar a criança e sua mãe, que informou que o celular tinha sido um presente de um conhecido”, explicou o delegado Fábio Baena Martin, responsável pela equipe do Cerco.
De acordo com Martin, depois disso a PM encontrou o conhecido, um homem de 53 anos, e na sequência a pessoa com quem ele adquiriu o aparelho, de 25 anos. Os dois foram presos por receptação e associação criminosa e o responsável pela venda indicou o local onde dois suspeitos, que teriam fornecido o celular, estavam.
No imóvel, localizado na rua Gilda Vispa, em Parelheiros, foram encontrados e presos dois homens, ambos com 25 anos, e uma mulher, de 19. Na casa foram apreendidas diversas munições, um carregador de fuzil, um simulacro de arma de fogo e dois cartões em nome da vítima. Durante a ação, dois dos criminosos tentaram fugir pulando o muro da casa e também resistiram à detenção.
Todos os envolvidos foram levados à unidade policial, onde a mulher confessou ter cometido, com o auxílio dos dois comparsas, o roubo e assassinato do motorista de aplicativo. “Eles iniciaram o crime com o roubo e não deu certo porque nos serviços de aplicativo os pagamentos costumam ser feitos em cartão. Depois, exigiram que a vítima, que estava sob ameaça, solicitasse valores de conhecidos para ser liberada, evoluindo para extorsão mediante sequestro, o que também não deu certo. Por último, eles realizaram o homicídio”, esclareceu o delegado.
Depois da confissão, a criminosa indicou o local onde o corpo do motorista poderia ser encontrado. No endereço, na Estrada da Ligação, em área de mata fechada, os policiais civis encontraram o cadáver enterrado em uma cova rasa. A vítima estava com as mãos amarradas para trás e com sinais de tortura, já que estava com alguns dedos das mãos decepados. Os executores confessaram que cometeram o homicídio, degolando o pescoço do homem, com autorização de uma facção.
Foram solicitados exames aos institutos de Criminalística e Médico Legal e o trio indiciado por homicídio qualificado, organização criminosa, tortura, extorsão mediante sequestro, ocultação de cadáver, resistência, roubo e posse ou porte ilegal de arma de fogo. Os três tiveram a prisão preventiva solicitada à Justiça.
Linha do tempo
O desaparecimento do motorista de aplicativo aconteceu após ele atender um chamado e transportar dois homens e uma mulher como passageiros, no dia 30 de dezembro. No dia seguinte, a ex-cunhada da vítima recebeu uma ligação da filha do motorista informando que o pai não havia retornado para casa.
Em contato com o proprietário do carro que seu ex-cunhado dirigia para trabalhar, a moça soube que a vítima teria feito contato com ele pedindo dinheiro emprestado sem explicar o motivo.
O carro em que o motorista de aplicativo estava quando desapareceu foi localizado pela Polícia Militar na tarde do último sábado (2). O automóvel estava carbonizado, na avenida José Lutzenberger, no Grajaú. No mesmo dia, em verificação ao e-mail da vítima, sua ex-cunhada detectou uma mensagem de aplicativo em nome da adolescente que estava com o celular do motorista e acionou a polícia, dando início ao esclarecimento dos fatos.
Mesmo com as prisões, as investigações prosseguem para esclarecer todas as circunstâncias do crime, como o local em que a vítima foi abordada pelos criminosos e quem, de fato, efetivou o homicídio. Mesmo assim, o delegado afirma: “todos os três têm participação ativa na morte do motorista”.