A secretária de Desenvolvimento Econômico do estado, Patrícia Ellen, disse que as medidas mais restritivas que começaram a valer em todo território paulista desde esta segunda-feira (25/01) são necessárias e, se não fossem adotadas São Paulo teria esgotada a sua capacidade de atendimento a pacientes com a covid-19 em quatro semanas. Em entrevista ao RDTv, Patrícia disse que a fase Laranja foi flexibilizada por conta dos protocolos apresentados por cada setor da economia e que há mecanismos para garantir a sobrevivência das empresas durante a crise.
De acordo com as medidas, exceto em sete regiões do interior classificadas em na fase Vermelha, mais restritiva, a maioria das cidades paulistas, como as da Grande São Paulo, ficam na fase Laranja do Plano São Paulo, durante os dias de semana até o dia 7 de fevereiro, ou seja, todas as atividades podem funcionar, exceto bares, mas somente até às 20hs, quando todo o estado entra na fase Vermelha, com apenas serviços essenciais funcionando. Os finais de semana todas as atividades seguem a fase vermelha.
As medidas do estado recebem críticas de comerciantes, principalmente dos donos de bares e restaurantes. Segundo Patrícia Ellen a decisão é baseada em estudos. “Existem estudos no mundo inteiro. O que nós vemos é que há uma preocupação muito grande com o período noturno e ambientes que incentivam aglomerações e nesses ambientes não tem jeito as pessoas tiram as máscaras e se aproximam”, analisa a secretária. “Na fase vermelha e no período noturno é para as pessoas ficarem em casa, porque a velocidade de crescimento da pandemia é muito assustadora. Na sexta-feira passada nós falamos dos dados das duas últimas semanas e foram quase mil leitos adicionais com pessoas internadas em UTI por conta da covid-19, e isso nós precisamos conter porque, com essa velocidade, em até quatro semanas nós teríamos a ocupação de todo o nosso sistema de saúde no estado”, alerta.
Sobre as críticas dos comerciantes Patrícia Ellen explica que todos os setores estão autorizados a trabalhar, mas há algumas restrições. “Todos os serviços podem funcionar, isso é muito importante que se diga porque há um mal-entendido. Fizemos uma isonomia dos setores exatamente pela aplicação dos bons protocolos, estamos reforçando a fiscalização das atividades ilegais e clandestinas para valorizar os setores que estão implantando os bons protocolos, por isso que todos os setores podem funcionar, lembrando que não podemos fazer eventos com pessoas em pé, nem festas e aglomerações, mas os setores podem funcionar, inclusive o setor cultural, atividades com público sentado que permite marcação de lugares e distanciamento, então museus, galerias, cinemas, podem funcionar na fase laranja que é muito diferente da fase laranja anterior. Na fase vermelha restaurantes podem continuar funcionando no formato de delivery, como também os setores da segurança, comunicação, construção e a indústria”.
A maior reclamação dos setores mais afetados com as medidas restritivas, principalmente os donos de bares e restaurantes é a falta de apoio do governo para compensar a queda no faturamento que ameaça a sobrevivência das empresas e milhares de empregos. “Acho que esse é o ponto mais importante, eu vejo que os setores estão sofrendo, já são quase onze meses de pandemia e agora tivemos a interrupção do auxílio emergencial federal e os programas de créditos foram limitados pelas altas taxas de juros. No Banco do Povo tivemos o maior aporte da história do banco, em mais de 22 anos. Temos crédito a juro zero, a 0,35%, 0,70% e até 1%. A maior parte dos créditos concedidos são de 0,35% e juro zero, porque essa é a maior parte das pessoas que não tem tido acesso a crédito com uma taxa de juros aceitável. Também trabalhamos com período de carência, com longos períodos de pagamento em até 24 e 30 meses”, detalhou.
Para o trabalhador Patrícia Ellen também elencou as ações do governo. “Temos o nosso programa das frentes de trabalho, o Meu Emprego e Renda onde nós damos uma bolsa para as pessoas desempregadas e em situação de alta vulnerabilidade, que é de 6 a 9 meses e que inclui não somente a bolsa. Com apoio das prefeituras são quatro dias de trabalho em meio período. Tem também o programa de qualificação profissional para apoiar a reinserção no mercado de trabalho”, relatou. Mais informações sobre os programas nos links: www.empreendarapido.sp.gov.br e www.meuemprego.sp.gov.br.
“Estamos apertando da fiscalização contra quem não está cumprindo o plano porque o descumprimento de poucos é o que fez com que muitos sofressem o que estão sofrendo agora. Precisamos fazer a nossa parte, eu sei que estão todos exaustos, mas é um momento de esforço adicional para que nós possamos, com essa reta final de chegada das vacinas, manter o controle da pandemia”, concluiu a secretária de Desenvolvimento Econômico do estado.