Nesta quarta-feira (27/01) após reunião entre a diretoria da Arteb e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, chegou-se a um número de trabalhadores dispensados pela empresa; são cerca de 200 que receberam o aviso de dispensa, na terça-feira (26/01), alguns deles por correspondência. Inicialmente não se sabia quantos seriam demitidos, chegou-se a comentar que 50% dos trabalhadores seriam mandados embora. Em solidariedade a quem foi demitido e por abertura de negociações os trabalhadores pararam a produção na terça-feira e, em assembleia nesta quarta pela manhã, ficou decidida a continuidade da paralisação.
Além de garantir os direitos dos trabalhadores que ficaram desempregados, o sindicato quer discutir a manutenção da planta de São Bernardo, que tinha ao todo 800 funcionários antes do corte, mas que chegou a ter mais e mil. A Arteb está em recuperação judicial desde 2016. O secretário-geral do sindicato, Moisés Selerges, explicou que cobra ações que garantam transparência e assegurem uma forma justa de pagamento aos que foram desligados. “Discutimos também o futuro dessa planta, em recuperação judicial, e a produção. A empresa disse tem um contrato com a Fiat para o segundo semestre, a partir de setembro, o que traria um gás para a empresa continuar produzindo”, relatou.
“A orientação é continuar com a produção parada. Aqueles que foram demitidos precisam participar das assembleias. Estamos buscando uma saída menos traumática possível”, completou.
Um operário que foi dispensado por carta na terça-feira (26/01) disse ao RD que a Arteb quer pagar as indenizações em 18 vezes. “Primeiro disseram quando nos demitiram que o pagamento seria feito em três vezes, agora em 18 não dá, por isso que a greve continua”, diz o funcionário que trabalhou por mais de 12 anos na empresa e pediu para não ter seu nome revelado na reportagem.
O sindicato fará nova assembleia com os trabalhadores nesta quinta-feira (28/01), às 14 horas, em frente à fábrica.