O RD recebeu denúncias sobre mudanças no atendimento do Hospital de Campanha de Ribeirão Pires, em que funcionários reclamam da infraestrutura, enquanto a prefeitura prepara a troca de OSS (Organização Social de Saúde). Os trabalhadores disseram que quem quiser continuar na nova empresa terá que aceitar salários menores.
Um enfermeiro que conversou com a reportagem, mas não quis ter o nome revelado, disse que na troca de OSS, os profissionais que quiserem migrar para a outra empresa terão que aceitar salários menores. “Mas quem vem de fora fica com salários bom. O que parece é que querem tirar todo mundo que trabalhou aqui na gestão do Kiko (Adler Teixeira, o Kiko – PSDB), mas nós não temos nada a ver com isso fomos contratados”, disse o profissional.
O funcionário disse todos os funcionários já foram mandados embora, quem quiser ficar tem que aceitar salário mais baixo. “Um técnico de enfermagem hoje ganha R$ 2.050 mais adicional noturno, que eleva para R$ 2,6 mil, quem quiser ficar vai ganhar R$ 1,6 mil. Por isso eu não pretendo ficar, com esse salário não dá”, comenta.
“Estão forçando a gente a sair. Lá tem um monte de coisa errada, falta uma sala de desinfecção, a sala de descanso é improvisada com camas velhas do lado das instalações elétricas. A comida é de péssima qualidade e vem num marmitex em carro comum, não é térmico. Também faltou medicamentos e a equipe que era de 35 pessoas estava muito reduzida”, relatou o enfermeiro.
Em nota, a prefeitura de Ribeirão Pires confirmou a troca da OSS, informa que a Biogesp começou a atuar nesta segunda-feira (01/02) e afirma que a negociação salarial é de é de exclusividade das partes. “A Secretaria de Saúde de Ribeirão Pires informa que a Biogesp é a nova gestora do Hospital de Campanha a partir de hoje (01/02). A transição com a Birigui já foi iniciada e está havendo uma triagem de funcionários”, disse a administração.
Com relação à diminuição de valores dos salários, a prefeitura informa que o tema é de exclusividade da nova gestora, que realiza todo o processo seletivo de novos funcionários. “A secretaria também esclarece que recentemente conseguiu a reativação de mais 10 leitos do Hospital de Campanha, colocando em operação a capacidade máxima da instalação (41 leitos). Como nova gestora, a Biogesp ficará responsável pelos recursos humanos (contratação de funcionários), e o cuidado com os pacientes que estão internados no Hospital. Já os materiais, a Secretaria dará todo o suporte necessário”, diz em nota.
A prefeitura não comentou sobre a sala de descanso, mas sobre a descontaminação disse que há um túnel na entrada do equipamento de saúde. “A Secretaria de Saúde esclarece que há um túnel de descontaminação tanto para a entrada, quanto para saída das pessoas do Hospital de Campanha”. Quanto a alimentação a prefeitura disse que ela é de competência da empresa contratada.
A administração do prefeito Clóvis Volpi (PL) admitiu a deficiência no fornecimento de medicação e culpou a administração anterior. “Com relação à falta de medicamentos, realmente aconteceu. A antiga gestão não honrou os contratos. Porém, já estamos trabalhando para dar todo o suporte necessário. É importante salientar que nenhum paciente teve seu tratamento alterado ou interrompido devido a isso”.
O RD não conseguiu contato com a Biogesp nem pelo telefone, nem pelo e-mail informado no site da OSS.