A vacina contra a Covid-19 ainda é a principal esperança de médicos e órgãos de saúde para conter a disseminação do novo coronavírus, mas ainda desperta dúvidas em muitas pessoas. Os questionamentos envolvem pontos como a importância da imunização e eficácia dos imunizantes, que de acordo com o emergencista e coordenador do Hospital de Campanha de Ribeirão Pires, Dr. Malek Mounir, é o suficiente para garantir a proteção da população.
Para o médico, a vacinação é importante pois promove a proteção de duas formas: a individual, como qualquer tipo de vacina, e ao nível coletivo, que torna a imunização ainda mais importante a medida que os habitantes começam a ser imunizados. “Em meio a um período ao qual podemos começar a discutir uma segunda onda de casos da doença e mutação do vírus, se faz imprescindível que as pessoas recebam a vacina. Com isso, a tendência é de que haja uma diminuição da circulação do agente infeccioso aos poucos”, explica.
No caso da Covid-19, Mounir explica que não há contraindicações para o recebimento da dose a nenhum dos públicos, a partir das pesquisas feitas em cima dos imunizantes. “Não há nenhum tipo de reação ou contraindicação, ao contrário, há uma garantia muito forte de que essa é a nossa principal esperança para conter a disseminação do coronavírus”, diz. O emergencista foi a primeira pessoa a receber a dose em Ribeirão Pires. A imunização foi realizada dia 19 de janeiro, na sede da Secretaria de Saúde.
Mudança de público
No Estado de São Paulo, o número de jovens contaminados pela Covid-19 alcançou um novo recorde. O índice foi atingido nos 12 primeiros dias de janeiro, reflexo das aglomerações que ocorreram nas festas de fim de ano. Na contramão disso, as pessoas com idades entre 50 a 70 anos, tiveram menos infecções pela Covid-19 e com isso, os índices de internações nesta faixa etária diminuíram.
O descumprimento das regras sanitárias e isolamento social pela faixa etária dos mais jovens é atribuído por Mounir como o principal fator para este aumento de casos. “Com o surgimento das vacinas, as festas de fim de ano e o verão, os jovens passaram a se aglomerar bem mais, a abusar sem se preocupar com o principal: com a saúde. Assim, o número de internações disparou, e no próprio hospital de campanha chegamos quase a 90% de ocupação em janeiro”, conta.
O médico lembra, ainda, que entre os jovens com idades entre 25 e 45 anos, houveram dois óbitos. “Percebemos também que os pulmões destes pacientes têm ficado mais comprometidos, com 50% de comprometimento, talvez pela mutação do vírus. Por isso, nesse momento da pandemia, o cuidado deve ser redobrado”, alerta.