A retomada gradual das aulas presenciais na região começa na próxima semana nas escolas particulares e em março nos equipamentos públicos municipais e estaduais. Mas as dúvidas sobre a eficácia dos protocolos, principalmente com os alunos mais novos, seguem com os pais e mães que preferem manter seus filhos com o estudo pela internet. Ao RDtv desta quarta-feira (3/2), três mães de alunos de São Bernardo relataram que ainda não contam com informações e consideram que ainda não há condições para o retorno, algo que na visão de todas só ocorrerá com o aumento considerável da imunização.
Com o estado de São Paulo variando entre a fase vermelha e laranja de seu plano de controle da pandemia, ou seja, nas fases mais restritivas, as mães relatam o receio de que a retomada gradual de 35% dos alunos possa acarretar um processo de aumento do número de casos do covid-19.
“Estou lendo notícias de outros estados em que escolas que estavam abertas foram fechadas novamente por causa do aumento do número de casos. É uma pena que os professores que estão na linha de frente não estejam ainda na lista de vacinação, porque eles são prioridade, pois, atrás deles também existem famílias”, apontou Adriana Garcia que tem uma filha de sete anos.
Thaís Ferreira, mãe de uma criança de cinco anos, afirmou que até considerava que não teria problema no retorno gradual dos alunos, porém, após debates com seu marido acabou achando justificativas para manter as aulas on-line.
“As crianças ainda não têm noção, principalmente minha filha que é menorzinha e não sabe se lavar direito, não sabe se higienizar direito. Ela acha legal passar álcool em gel, ela praticamente passa o dia inteiro, mas não sei como seria feito na escola. Quando ela saí comigo ela coloca máscara, mas porque eu estou vigiando, agora a criança vai tirar a máscara na hora que incomodar, pois, são crianças”, explicou.
As informações sobre o aumento de casos em janeiro somadas as experiências pessoais colaboram para que Marina Silvério, mãe de duas crianças, uma com sete e outra com nove anos, também não queria deixar com que seus filhos retornem para a escola, mesmo com a preocupação com o nível escolar.
“Meu filho mais novo está no primeiro ano da alfabetização e claro que me preocupei com isso quando começou a pandemia, mas eu tenho uma mãe que está no grupo de risco e que algumas vezes tem que ficar com ele, então eu não tenho confiança”, indicou Marina que perdeu um irmão de 40 anos por causa do novo coronavírus.
Outra reclamação das mães é a falta de informações por parte do Poder Público, principalmente com detalhes sobre as condições sanitárias das escolas. Apesar do prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), ter feito uma transmissão em uma das escolas da rede pública falando de todos os protocolos, ainda existem dúvidas.
As mães gostariam de ter mais detalhes sobre o assunto e principalmente sobre as condições de higiene de cada unidade, inclusive com a possibilidade de visitas antes de qualquer retomada.
Mas independente da situação, existe uma unanimidade de que só com um maior percentual de vacinados haverá confiança para que seus filhos e filhas possam retornar ao ambiente escolar apenas com o objetivo de aprender e não com o medo de contrair uma doença ainda pouco conhecida por aqueles que não são especialistas.