Apesar de curto, o mês de fevereiro traz campanhas importantes de conscientização, entre elas o Fevereiro Roxo, para prevenção do lúpus, fibromialgia e Alzheimer, doença progressiva que destrói a memória e funções simples e mentais importantes. Em entrevista ao RDtv, a neurologista Ana Paula Pena Dias explica que, especialmente, em pessoas idosas, se não houver o cuidado devido e preventivo, o diagnóstico pode ser dificultado.
O Alzheimer é uma doença neurológica, neurodegenerativa e progressiva e, de acordo com a médica, levam algumas estruturas do cérebro a não funcionarem direito, levando ao prejuízo ou até a uma perda neuronal. “O Alzheimer afeta, principalmente, a função cognitiva, ou seja, a linguagem, memória, capacidade de raciocínio e de atenção. Algumas tarefas que antes eram simples, como ir a um supermercado ou até arrumar a casa, podem se tornar extremamente difíceis”, diz a médica.
Para evitar a evolução do quadro, a neurologista explica que o diagnóstico precoce é essencial para o tratamento mais facilitado do paciente. “O tratamento com medicações supervisionadas melhora a qualidade de vida e retarda mais as fases graves da doença em um período de até cinco anos”, ressalta.
Com a pandemia, a falta de socialização, principalmente para os idosos, pode piorar a situação do quadro de quem sofre de Alzheimer. “O distanciamento social levou a uma piora cognitiva, de demência, depressão e até de quem precisava de um diagnóstico do Alzheimer. Por isso, a indicação é que, apesar da necessidade do distanciamento, não deixem de se cuidar e observar pacientes e familiares”, enfatiza.
A Abraz (Associação Brasileira de Alzheimer) aponta que 1,2 milhões de brasileiros convivem com o Alzheimer, que é a forma mais comum de demência no mundo, mas há estágios da doença, sendo: estágio inicial, quando há sintomas de pré-demência que se agravam conforme o paciente começa a esquecer palavras simples e fica desorientado; estágio intermediário: dificuldades mais evidentes, como esquecer o nome das pessoas e fatos mais importantes do dia-a-dia; estágio avançado (terminal): prejuízo da memória se agrava, o paciente não reconhece pessoas e locais, tem comportamentos inadequados, além da dificuldade do autocuidado.
Para melhorar a qualidade de vida da pessoa com Alzheimer, a médica aconselha manter um estilo de vida saudável, praticar atividade física adequada para a idade e condições do paciente, ter uma boa nutrição, cuidar do sistema cardiovascular, controlar hipertensão, diabetes, pressão alta e colesterol para não acelerar o quadro da doença.