Pandemia faz número de casamentos diminuir 14,6% no ABC

Pandemia é a principal justificativa pela redução do número de matrimônios (Foto: arquivo)

A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) mexeu não somente com a economia e saúde das pessoas, mas, também com o sonho de muitos casais que precisaram adiar ou cancelar os matrimônios programados para 2020 ou 2021. De acordo com dados do Arpen/SP (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo), houve uma queda expressiva no número de casamentos entre 2019 e 2021 no ABC, passando de 1.198 matrimônios em janeiro de 2019 para 1.403 no mesmo período deste ano.

A principal justificativa, de acordo com o padre José Antonio de Freitas, se dá pela pandemia da Covid-19, que fez com que os casais mudassem os planos de última hora. “Muitos optaram por adiar os planos, uma vez que os convidados não iriam poder comparecer às festas de casamento, e isso fez com que o número e cerimônias diminuísse”, explica.

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Nas paróquias em que celebra missas, em São Caetano e na Capital, o padre conta que o número de cerimônias diminuiu pelo menos 30% em relação a 2019. “A procura caiu bastante, principalmente quando o número de mortes aumentou. As pessoas ficaram com medo, os buffets cancelaram as festas e com isso não teve jeito, os casamentos tiveram que ser cancelados ou adiados […] Agora que estão começando a remarcar novamente”, diz.

Conforme levantamento, São Bernardo contabilizou 430 cerimônias em janeiro de 2019, mas com o início da pandemia, no mesmo mês de 2020, o número caiu para 376, chegando a 350 este ano. Santo André, que no ano retrasado chegou a realizar o matrimônio de 326 casais, no ano passado fez a junção de 332 no mesmo mês, e este ano chegou a 280, queda de 14,1% em relação a 2019.

Diadema uniu 270 casais em 2019, mas no ano passado houve queda neste número para 202 uniões (variação de 25,1%). Este ano, no entanto, houve uma alta nos matrimônios, com 225 casamentos somente no mês de janeiro. Mauá, que uniu 184 casais no primeiro mês de 2019, também apresentou queda nos índices no ano seguinte, passou para 141, enquanto este ano apresentou alta e chegou a 164 matrimônios.

Em São Caetano foram 83 casamentos no ano retrasado, 75 em 2020 e este ano o número voltou a subir para 81. Em Ribeirão Pires a média de matrimônios se manteve, foram 85 uniões em 2019, no ano seguinte o número caiu para 66 e este ano voltou a subir para 75 uniões, variação de 13,6%. Ao fim da listagem aparece Rio Grande da Serra, que em 2019 uniu 25 pessoas, em 2020 chegou a 27 matrimônios e em janeiro deste ano apresentou queda de 14,8%, chegando a 23 casamentos.

A empresária Ana Lucia Silveira, de 26 anos, estava com o matrimônio programado para julho de 2020, mas por conta da pandemia, precisou adiar os planos do tão sonhado casamento. “Estava com tudo pronto, festa marcada e inclusive a nossa viagem de lua de mel, mas a pandemia veio com força e tivemos que adiar, não teve como. Seguramos até onde deu, mas não teve jeito, muitos familiares começaram a desmarcar e ficaram com medo de vir, então tivemos que cancelar”, conta.

Decepcionada com a situação, a moradora de Ribeirão Pires diz que agora segue sem data para realizar o matrimônio. “O que fizemos foi manter a lua de mel, viajamos, mas agora o matrimônio em si ainda não realizamos e nem temos data para acontecer. Vamos esperar a pandemia passar, ficar um momento seguro para todos e, assim, realizar uma festa segura para a família e amigos”, diz.

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