Nesta quarta-feira (03/03) os combustíveis devem ter novos preços nas bombas, sendo que já foram pelo menos cinco reajustes de preço somente neste ano. As alterações do preço dos produtos hora são determinadas pelo preço das refinarias hora pelas alterações em tributos. Até o final deste mês os postos terão que expor em suas praças de atendimento placas com o custo de cada fração que acaba por compor o preço final, medida que, segundo o vice-presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABCDMRR), Nicola Gravina, vai ajudar o setor que acaba por absorver todas as críticas do consumidor.
“O público não conhece essa cadeia de impostos. O governo federal está exigindo a instalação de placas onde seja fixado o preço do combustível e de todos os outros impostos. A ANP (Agência Nacional do Petróleo) está estudando o formato da placa. Isso poderá ajudar e cliente terá a oportunidade de ver quem ganha o quê”, disse o dirigente do sindicato que reúne os postos da região.
Segundo Gravina os aumentos são muito prejudiciais a toda economia do país, mas é o dono do posto que fica com a má fama, mas na verdade é ele a parte mais frágil da cadeia, que vê sua margem de lucro cair. “Recebemos essas informações de aumento com muita tristeza porque isso afeta a economia como um todo. Se considerarmos todos os reajustes de preço do ano passado e desse ano é muito triste porque os revendedores vão se descapitalizando. Com essa perda de poder aquisitivo do povo as coisas se complicam muito, quando se tem reajustes brutais de todos os commodities e isso vai definhando o poder de compra do povo, fora a descapitalização dos postos de combustível”, disse Gravina em entrevista ao RDTv desta terça-feira (02/03).
O aumento previsto para esta quarta-feira (03/03) é de 5% que dará uma média 12 centavos por litro. Gravina contabilizou os aumentos somente no último mês. “De primeiro a 28 de fevereiro a gasolina teve alta de 54 centavos no custo para o revendedor; o etanol, 74 centavos; e o diesel, que movimenta o país, 50 centavos, deixando os caminhoneiros desesperados pois já estão em dificuldade de anos em relação ao preço do frete. No caso do diesel houve redução do PIS e da Cide, mas isso é muito pouco para o caminhoneiro”, comenta o vice-presidente do Regran.
O clima é tenso no setor. “É possível que amanhã tenhamos mais um reajuste de mais 10 ou 15 centavos, a dúvida é como repassar e se não repassarmos vamos quebrar. A gente anda muito preocupado com os nossos colaboradores, à medida que o volume de abastecimentos vai diminuindo a gente é obrigado a demitir, e não é mais como antigamente que o trabalhador saia de um emprego e entrava em outro, hoje o emprego desapareceu, além de se preocupar com o nosso negócio temos que nos preocupar com o nosso funcionário”, disse Gravina.
O vice-presidente do Regran disse que a queda de vendas somente em 2020, comparado com 2019, foi de 25%. “Isso é muita coisa, por isso que nós recomendamos que o dono de posto diversifique a venda principalmente nas lojas de conveniência, mas também que invista numa troca de óleo, ou seja, tem que ter dedicação total e explorar as esquinas em que nós estamos que são grandes vitrines. É preciso ampliar os negócios dentro do posto de gasolina”, conclui.