A Prefeitura de São Caetano aguarda ainda nesta semana uma decisão da Justiça sobre seu pedido para migrar para a fase laranja do Plano São Paulo. Tal pedido causou divisão na cidade, principalmente por causa da preocupação com o aumento do número de casos de covid-19. Ao RDtv desta terça-feira (9/3) o prefeito interino, Tite Campanella (Cidadania), salientou que apesar da tentativa de ir para uma fase mais flexível, não quer transformar a situação em uma “festa do caqui”.
Tite afirma que a ideia é tentar ajudar ao pequeno comerciante que não tem tantas condições de manter o seu negócio e que tem tempos de fases mais restritivas acaba trabalhando com a porta semiaberta para conseguir sobreviver. A ideia é tentar evitar os comércios que possam gerar alguns tipos de aglomeração.
Sem detalhar o plano que só sairá do papel com uma vitória jurídica, Campanella revelou que comerciantes dos principais pontos de aglomeração da cidade receberam uma pré-orientação de que não vão abrir caso a Justiça conceda a liminar ao município, algo que foi conquistado no primeiro momento por São José dos Campos, mas derrubada pouco tempo depois.
“É bom deixar claro que nós não estamos inventando a roda, não queremos se dissociar dessa regionalidade e não é através de nós que está começando isso, já tentaram fazer isso no passado também e estamos tentando fazer isso, pois os critérios que são adotados de separação do que é fase vermelha, fase laranja, fase amarela não são critérios que eu considero assim extremamente técnicos, são critérios assim um pouco não exatos e temos margem para voltar a fase laranja”, explicou o chefe do Executivo.
O principal ponto da cidade para tentar essa migração de fase é o fato de ter uma ocupação de leitos em 62%, segundo o último levantamento, abaixo dos 70%, mínimo exigido pelo Estado. O principal entrave para tal situação acontecer é que os critérios usados pelo comando do Palácio dos Bandeirantes levam em conta os dados regionais, e desde o final do ano passado os dados de São Caetano são contabilizados juntos com os dos demais municípios da Grande São Paulo.
Segundo os últimos dados contabilizados, a Região Metropolitana conta com uma ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em 82,8% e de enfermaria em 74,2%, em ambos os casos acima do apontado em todo o estado.
Preocupação
Apesar da tentativa de flexibilização, Tite Campanella não esconde sua preocupação com alguns aspectos da pandemia como o aumento do número de casos, os 10 casos registrados no município da cepa P.1, também conhecida como a variante de Manaus, e a situação dos municípios vizinhos. São Bernardo alertou sobre a possibilidade de colapso até o final desta semana e Ribeirão Pires afirmou que não tem como atender mais ninguém, inclusive com cinco pessoas na fila e outras duas que faleceram por falta de leitos de UTI.
O prefeito interino afirma que a cidade está aumentando o número de leitos no Hospital São Caetano, inclusive o local receberá 30 leitos de UTI que serão disponibilizados para o sistema de regulação regional, dentro dos 145 que ficaram disponíveis até o início da próxima semana.