A declaração da pandemia do novo coronavírus completou um ano nesta quinta-feira (11/3) e a data trouxe a reflexão sobre a pressão vivida pelos profissionais de Saúde que estão na linha de frente no combate ao covid-19. Ao RDtv o presidente do Sindicato dos Médicos do ABC, José Roberto Cardoso Murisseti, relatou os problemas vividos pelos 4,5 mil servidores que trabalham para salvar vidas.
Segundo Murissetti, os dados preliminares apontam que 15 médicos perderam a vida por causa da covid-19 na região. Um outro número, não citado, teve complicações psicológicas ou físicas devido a carga de estresse vivido nos últimos 12 meses. “Não é fácil trabalhar na linha de frente em uma situação como essas. Como já disseram algumas vezes os médicos são verdadeiros heróis em uma guerra que vivemos diariamente no último ano”.
Para tentar ajudar aos profissionais, o Sindicato dos Médicos do ABC tenta negociar com a chefia dos mesmos bônus e outras ações que podem trazer a valorização dos médicos e demais profissionais da Saúde. Além disso, existem negociações para que férias sejam disponibilizadas ou folgas para que possam dar tempo de descanso. Em alguns municípios existem relatos de pessoas que estão sem folga a pelo menos 30 dias devido a alta do número de casos.
Inclusive o aumento do número de internados por covid-19 está causando preocupação no Sindicato, principalmente com a falta do número de profissionais suficientes para atender a todos, mesmo na tentativa do Poder Público de aumentar o número de leitos, principalmente de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
“Muito se falou sobre os médicos cubanos, mas neste momento seria necessário tê-los aqui para ajudar nessa luta, não só eles, mas médicos de outras nacionalidades para enfrentar esse grande número de internados. Algo muito preocupante”, concluiu.