Começou nesta segunda-feira (15/3) a fase emergencial do Plano São Paulo, o período com maior restrição para o funcionamento do comércio para reduzir a circulação de pessoas com o aumento de casos, internações e óbitos por covid-19. Ao RDtv os presidentes da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Pedro Cia, e o da Aciscs (Associação Comercial e Industrial de São Caetano do Sul), Alessandro Leone, relataram a falta de entendimento com o Governo do Estado por contrapartidas para os comerciantes que ficarão 15 dias com as portas fechadas.
Com apenas os serviços extremamente essenciais funcionando no estado, boa parte dos comerciantes esperavam que o governador João Doria (PSDB) anunciasse caminhos para reduzir os prejuízos para aqueles que estão de portas fechadas, mas sem uma contrapartida, as reclamações aumentaram ainda mais na região.
“A maior parte do comércio é formado por empresas familiares e este setor não pode ser o único a pagar o pato nessa pandemia. Esperávamos que poderia vir algum tipo de auxílio do Governo do Estado, mas não veio, o que veio foi o aumento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Quanto ao Governo Municipal, pedimos o mesmo que aconteceu no ano passado, que não seja cobrada a multa para quem pagar os impostos fora do prazo”, explicou Pedro Cia.
A cobrança aos governos municipais acontece muito mais no sentido de que o Consórcio Intermunicipal Grande ABC faça pressão no Palácio dos Bandeirantes para que alguma ajuda aconteça. Tanto Pedro quanto Alessandro relatam que houve muita dificuldade dos comerciantes para conseguir auxílio no Desenvolve SP e no Banco do Povo.
“Esse tipo de crédito exige comprovação de lucro, agora como vai comprovar lucro se não ganhamos nada nos últimos meses? Infelizmente ficou muito difícil e precisamos dessa ajuda de maneira rápida”, completou Leone.
Além da pressão estadual, existe a expectativa dos comerciantes para que o auxílio emergencial e a reforma tributária saiam do papel o mais rápido possível no Congresso Nacional, duas propostas consideradas importantes para a retomada econômica.
Outro ponto de reclamação, agora nos municípios, é a cobrança da Zona Azul mesmo com o comércio fechado. “Como pode as empresas responsáveis por este serviço continuarem ganhando com todo mundo fechado. Entrei em contato com a Prefeitura para resolver isso e cancelar todas as multas dadas hoje”, encerrou Leone.