Medidas como lockdown seriam mais efetivas para conter a disseminação do coronavírus (covid-19), no entanto, a decisão dos prefeitos em antecipar quatro feriados para estabelecer um único feriadão, de nove dias, trará custos menores para a economia regional. É o que defende o professor de Economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) e da Fundação Santo André, Ivan Prado, em entrevista ao RDtv.
Para o especialista, a implementação do feriado pode trazer, a um curto prazo, prejuízo para a atividade econômica, mas também vai refletir em melhores resultados a longo prazo. “Adiantar feriados evidentemente trará prejuízo aos comerciantes, isso é imprescindível. Mas, se olharmos o custo de oportunidade, entendemos que se não abrirmos mão da atividade econômica agora, o custo pode ser muito maior”, alerta.
Diante das perdas que se tornaram ainda maiores no período de restrição econômica, o economista explica que o processo ineficaz entre flexibilização e restrição, resultou em ônus aos comerciantes. “O vai e vem de abrir e fechar comércio trouxe mais ônus do que resultados positivos para os comerciantes. Por isso reforçamos e estimulamos um fechamento maior agora, para que lá na frente a economia se recupere de vez, sem necessidade de retroceder nos planos de flexibilização”, enfatiza.
A orientação é que, ainda nos períodos de restrição, comerciantes que possuam serviços delivery, não deixem de atuar. “Mesmo com a restrição, quem possui atendimento online ou delivery deve continuar. A gente precisa reduzir a transmissão do vírus através da nossa mobilidade, mas as pessoas que estão em casa, vão continuar comprando e movimentando a economia”, diz.
O especialista defende, ainda, que este ano, com a piora da pandemia a nível nacional, os governos continuem a disponibilizar linhas de crédito aos empresários e mantenham auxílios para ajudar a população. “No ano passado, a economia sofreu uma queda na arrecadação muito brusca, justificada pelo isolamento social e o fechamento de comércios nas piores fases da pandemia. Apesar disso, ainda se tinha o auxílio emergencial que movimentava a pandemia. Esperamos que esse ano o auxílio continue, assim como as linhas de crédito para ajudar os empresários que passam por dificuldades”, afirma.