Cerca de 21 mil metalúrgicos param no ABC para frear transmissão da covid

Fábrica da Mercedes-Benz em São Bernardo; montadora é a terceira a aderir à paralisação. (Foto: Divulgação)

A Mercedes-Benz informou nesta terça-feira (23/03) que vai parar a produção. A montadora é a terceira a acatar o pedido do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e paralisar a operação com o objetivo de contribuir para o isolamento social e consequentemente menos infecções pela covid-19. Volkswagen e Scania já tinham aderido à iniciativa. Com isso, já são cerca de 21 mil trabalhadores que vão ficar em casa durante a semana do superferiado, criado para frear a transmissão do vírus.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a Mercedes vai parar na sexta-feira (26/03) e até domingo (28/03) será pelo banco de horas, depois permanece parada em virtude da antecipação dos feriados. Mas a montadora de ônibus e caminhões vai ampliar a colaboração com o isolamento. A partir do retorno no dia 5/04  a empresa vai dar férias coletivas, com revezamento de turmas, para reduzir o número de trabalhadores dentro da fábrica e diminuir os riscos de contaminação. Cada grupo, com cerca de 1,2 mil trabalhadores, fica fora da fábrica por 12 dias. O revezamento poderá se estender até o fim de maio, ou terminar antes, dependendo da evolução da pandemia.

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Só na Mercedes-Benz trabalham cerca de 8,5 mil pessoas, número igual a estimativa de trabalhadores na Volkswagen. Na Scania trabalham outros 4 mil.

GM não atendeu pedido

A General Motors ainda não atendeu ao pedido de licença remunerada entre os dias 24 de março e 4 de abril, feito pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano. A empresa deve esperar a Prefeitura publicar o decreto sobre os feriados municipais, que deve sair nesta quarta-feira (24/03). Segundo o presidente do sindicato, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, só de funcionários diretos e indiretos a montadora tem aproximadamente quatro mil pessoas, mas se contarmos os prestadores de serviço e todas as pessoas que passam diariamente pela montadora o número passa de 5 mil. “O sindicato pediu licença remunerada em ofício encaminhado no último dia 18, mas estão (a direção da montadora) esperando sair o decreto municipal dos feriados, assim não vão ter que negociar, só colocar o funcionário em casa no feriado, tudo está dependendo do decreto, imagino”, disse o sindicalista, logo após sair de reunião com a diretoria local da GM.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, que engloba em sua base os trabalhadores das empresas de Mauá, disse que a entidade vai esperar o impacto da parada das montadoras para definir como proceder nas metalúrgicas das duas cidades, uma vez que muitas delas são fabricantes de autopeças e se relacionam diretamente com as fábricas de veículos. “Como a nossa base é composta na sua maioria de autopeças, precisamos ver qual vai ser o reflexo. Inicialmente as empresas devem parar na semana dos feriados antecipados, depois podemos ver mais alguns dias com compensação”, avaliou Adilson Torres dos Santos, o Sapão, vice-presidente da entidade. “Precisamos saber se a indústria, nestes dias, vai continuar como atividade essencial ou se vai ter de parar às 17h como as outras atividades. Porque a maioria das empresas trabalha em turnos, mas primeiro precisam sair os decretos municipais para então definirmos”, analisa.

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