“Semana que vem ainda vamos colher os frutos do barzinho da semana passada”, este é o resumo das consequências das aglomerações na alta dos números da covid-19 no Brasil. No mesmo dia em que o país ultrapassa pela primeira vez o número de 3 mil mortes confirmadas em 24 horas, o RDtv entrevistou a infectologista Elaine Matsuda. Nesta terça-feira (23/3) ela falou sobre a importância de seguir as medidas de isolamento e distanciamento social, e o uso de máscara.
Festas clandestinas, aglomerações em apartamentos, casas e chacras, e os conhecidos pancadões são situações, entre tantas outras, que estão gerando aglomerações, principalmente entre os mais jovens, exatamente o público-alvo da segunda onda da doença que já matou quase 300 mil pessoas em um ano.
Para Elaine, a falta de cuidados com os protocolos só atrapalha o combate ao novo coronavírus. “Quando as pessoas falam que (o isolamento social) não está dando certo, que tipo de fase emergencial? O que estamos vendo é a indisciplina do pessoal mesmo nesta fase com tantos óbitos você olha em volta e vê muitas pessoas com a máscara no queixo, várias pessoas aglomerando. Temos a percepção de reduzir o risco, mas temos que ficar atentos o tempo inteiro”, explicou.
No início do próximo final de semana inicia no ABC um período de feriados que durará nove dias e que tem como o principal objetivo frear o contágio. Diferente do que ocorreu no meio de 2020, desta vez o feriadão tem como principal diferença o lockdown na baixada santista e em algumas cidades do interior paulista.
Apesar do esforço, a infectologista lembra que as medidas ainda levam algum tempo para ser sentidas. “É uma esperança para daqui 15 dias, mas nos próximos 15 dias ainda vamos chorar muito. Eu acho que existe uma falta de bom senso, por exemplo, temos parques fechados e shoppings abertos. No parque se for caminhar e ficar em uma distância de dois metros um dos outros, é um ambiente seguro. Agora no shopping, local em que muitas pessoas disputam o mesmo produto acaba tendo um risco grande”.
Na nova fase que durará até 4 de abril apenas os serviços essenciais vão funcionar, sendo que após às 17h apenas os serviços da área da saúde ficaram abertos. A venda de bebida alcoólica será proibida por todo o período, inclusive no sistema delivery. A vacinação segue normalmente, inclusive com a abertura de inscrições para pessoas com 69 anos ou mais em todas as cidades.