Os presidentes das CDLs (Câmaras de Dirigentes Lojistas) da região preveem redução de 40% no volume de vendas no período do superferiado antecipado da próxima semana, que tem início dia 29 de março e encerra em 4 de abril. A grande queda nas vendas, na comparação com o ano passado, é consequência da pandemia da covid-19 e o fechamento de todos os comércios da cidade, medida que visa diminuir a circulação de pessoas e o avanço da Covid-19.
As datas antecipadas somam com o feriado da Paixão de Cristo e finais de semana. Ao todo, serão nove dias de comércios fechados em todas as cidades da região. “Isso impacta negativamente o setor varejista do ABC. Os comerciantes fecharão suas portas e quem não se adaptou para o virtual e possui serviços delivery, ficará para trás, perderá muito do faturamento com o fechamento, ainda que por um curto período”, afirma o presidente da CDL São Caetano, Alexandre Damasio.
Para o presidente, a antecipação de feriados na fase mais restritiva (fase vermelha), na prática não é tão efetiva quanto se pensa. “Apenas antecipar as datas não é suficiente para conter a covid-19. A medida aumenta de forma significativa o custo dos pequenos e médios empresários, que chegam a triplicar as perdas com o fechamento dos seus negócios. Será de 40% para mais da diminuição do faturamento dentro do que os comerciantes já faturavam dentro da pandemia”, enfatiza.
Conforme um levantamento da entidade, somente em São Caetano há mais de 30 mil empresas, no entanto, durante as fases mais restritivas do Plano São Paulo, o drive-thru é o que mantém o fôlego de grande parte do setor. “No período de isolamento social o e-commerce se tornou como ‘um grande netflix de compra’, uma plataforma em que grandes varejistas apostam, mas que também leva quase que 20% do faturamento. Mas quem fica de fora, fica sem lucro”, explica.
Na visão de Marcos Vicente, presidente da CDL de Diadema, com a covid-19, os feriados perderam a finalidade. Segundo ele, as datas, em tempos sem pandemia, aquecem a pandemia por meio do turismo, de bares e restaurantes. “Esperamos que no ano que vem, quando a maior parte da população já estiver vacinada, possamos retomar os comércios de forma definitiva”, defende.
Segundo Vicente, o momento mais esperado entre os comerciantes é quando, enfim, haverá um momento de respiro. “O que todos querem saber é quando poderão voltar, ainda que com um público mais reduzido. Não podemos viver sempre nessa incerteza e nessa indefinição”, diz. Para isso, o presidente pede auxílio do poder público. “Precisamos de ajuda do poder público para que, aos poucos, possamos voltar, ou que pelo menos possamos ter um incentivo fiscal e linhas de crédito para nos mantermos por mais um período”, enfatiza.