O dia 21 de março marcou a chegada do outono e trouxe o alerta sobre as doenças respiratórias, que tendem a se manifestar mais na estação, devido ao clima frio e seco. Em tempos de pandemia, o cuidado deve ser reforçado, para evitar a transmissão dos vírus respiratórios.
A pneumologista infantil Carolina Silva explica que o agravamento dessas doenças na estação tem explicação. O clima frio e seco do outono favorece as doenças respiratórias alérgicas, como a asma e a rinite, porque ocorre maior ressecamento das vias aéreas e por impedir que os poluentes do ar se dispersem. “Isso irrita mais ainda as vias respiratórias”, conta.
Geralmente há uma tendência em manter os ambientes fechados neste período, o que contribui ainda mais para a circulação dos vírus. De acordo com médica, se houver algum doente em ambiente fechado, ocorre um aumento da transmissão dos vírus respiratórios entre as pessoas que estão no mesmo local.
Na estação são mais frequentes os casos de resfriados, gripes e pneumonias. Crianças, idosos e pacientes com doenças pulmonares encabeçam o grupos de risco. No caso das crianças, há um aumento de bronquiolite, uma infecção causada por vírus que faz a criança “chiar”. Além disso, há piora nos quadros de crise de asma e de rinite em alérgicos.
O pneumologista Elie Fiss explica que, devido a pandemia, muitas vezes fica difícil diferenciar os casos de covid-19 para outras doenças respiratórias “Se aparecer algum sintoma, seja de coronavírus ou de gripe, a melhor alternativa é não entrar em contato com ninguém. Já estamos em lockdown, é só continuar em casa”, recomenda Fiss.
Outra orientação dos dois médicos é que todos os portadores de alguma doença de base mantenham o tratamento adequado como forma de controlar a enfermidade e evitar possíveis complicações, já que alguns casos podem evoluir de forma mais grave, e necessitar de internação hospitalar.
No caso das infecções respiratórias, a recomendação é evitar o contato com doentes, além de ambientes fechados e aglomerados. Também é importante fazer a lavagem das mãos com água e sabão ou o uso de álcool em gel 70% de forma frequente, além de evitar o compartilhamento de objetos que possam estar contaminados.
Fiss ressalta a importância da vacinação contra a gripe, cuja campanha começa em abril. A doença é causada pelo vírus influenza, que também tem um aumento de circulação no outono. “A gripe é uma infecção respiratória que acomete cerca de 10% da população e pode matar se não for tratada. A vacina faz com que o número de internações caia e o de óbitos diminua”, diz.
O médico frisa que, mesmo com a vacinação contra a covid-19, a imunização contra a gripe é extremamente necessária “São doenças diferentes, com diferentes tipos de vírus. Não é porque a pessoa tomou a vacina contra a gripe, que ela está imune à covid e vice-versa. A recomendação é tomar as vacinas com um intervalo de 14 dias entre uma e outra”, completa o pneumologista.
(Colaboram Beatriz Gomes e Gustavo Lima)