Como tudo na pandemia, o serviço social também sofreu, com mais pedidos de socorro para todo tipo de necessidade, de abrigo até comida e produtos de higiene e limpeza. Por outro lado, a captação de donativos caiu consideravelmente pela queda de renda das famílias e dificuldade logística de receber e destinar doações. Mas as ações não pararam e a necessidade maior é de alimentos.
Segundo Alex Camburão, coordenador da Cufa (Central Única das Favelas) em São Bernardo, desde outubro a entidade tem de escolher qual família está em pior situação para doar os poucos alimentos arrecadados. De outubro até agora, as doações caíram em média 80% e as solicitações subiram na mesma medida. “Tínhamos ajuda de grandes empresas e de pequenos comerciantes também, mas hoje há pequenos empresários que nos ajudavam com doações e hoje são eles que precisam da nossa ajuda”, comenta.
A necessidade maior é por alimentos. No início da pandemia a central chegou a receber 5 mil cestas-básicas, mas em fevereiro o total ficou em apenas 250. “A favela está com fome e não temos para todos, temos de escolher quem está pior para doar. As mães com quatro ou mais filhos e que não têm um marido ou companheiro para ajudar são as primeiras da fila”, relata. A Cufa de São Bernardo tem cinco núcleos com aproximadamente 10 mil famílias cadastradas. No sábado (27/03), preparou e distribuiu na sede 300 marmitas.
Campanha do Sesi
O Sesi, que no ano passado disponibilizou suas cozinhas e chegou a distribuir 9 milhões de refeições no Estado, se prepara para iniciar uma grande campanha de arrecadação de alimentos. Segundo Mario Quaranta, diretor dos Centros de Atividades do Sesi no ABC, a proposta é procurar as entidades parceiras no ano passado para que façam a distribuição. “Nós vamos entrar com a nossa experiência em arrecadar e eles com a de distribuir. Podemos ter mais entidades, pois não temos limite, queremos chegar ao máximo que pudermos”, anuncia.
Quaranta afirma que algumas doações já começaram a chegar. “Avisamos os pais dos alunos e já recebemos alguns pacotes de alimentos, mas isso vai crescer com a divulgação maior. Também vamos atrás das empresas que temos contatos para doações em quantidades maiores. A equipe está muito motivada”, analisa. No hot site da campanha (https://hotsite.fiesp.com.br/sesi-doealimentos/) é possível encontrar todas as unidades do Sesi e como doar.
Metalúrgicos
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC criou a Rede Comvida (https://redecomvida.blogspot.com/p/parceiros.html), plataforma digital colaborativa, para reunir entidades sociais que atuam com trabalhos solidários. O sindicato também montou dois pontos de água do lado externo da sede em São Bernardo e da sub-sede em Diadema, destinados à população de rua para higienização das mãos. O projeto foi idealizado em conjunto com o padre Júlio Lancelotti, da pastoral do Povo de Rua, que fez a inauguração do primeiro bebedouro, em São Bernardo, que leva seu nome.
Durante a pandemia o sindicato arrecadou 5 toneladas de alimentos com drive-thru solidário, doados a diversas associações e entidades, como Instituto Nenex, ONG Superamigos, Centro Cultural Afro-brasileiro Francisco Solano Trindade, Projeto Meninos e Meninas de Rua e Casa Neon Cunha, em São Bernardo. Com o recrudescimento da pandemia o sindicato planeja repetir algumas dessas ações.
Prefeituras
Santo André atendeu no ano passado 25.407 famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais, beneficiárias de transferência de renda, sendo que a oferta de benefícios foi ampliada no período de pandemia. Foram distribuídos no município 695 toneladas de alimentos, pelo Banco de Alimentos. No período anterior à pandemia, considerando 12 meses, a arrecadação foi de 576 toneladas. O Banco de Alimentos recebe doações de parceiros, como supermercados, empresas, além da população. No período de pandemia as arrecadações aumentaram sendo possível atender 111 instituições cadastradas e a Prefeitura pretende ampliar esse número para 120 instituições até o final do ano. Estas instituições atendem as famílias, beneficiando cerca de 17 mil pessoas. Para se cadastrar as famílias devem procurar as entidades ou um dos nove CRAS (Centro Regional de Assistência Social).
São Bernardo
São Bernardo também relata que intensificou o trabalho voltado à garantia da segurança alimentar das famílias em situação de vulnerabilidade. Entre as ações realizadas, destaque para a distribuição de mais de 36.300 cestas básicas, além de 13.480 cartões alimentação. Atualmente, a administração tem cerca de 43 mil famílias referenciadas no CRAS, conforme o Cadastro Único da Assistência Social. O acesso ao Sistema Único da Assistência Social se dá por meio de seus equipamentos, como CRAS, Creas, organizações sociais e cadastro único, tanto de forma espontânea pelo munícipe quanto por encaminhamento de outros serviços.
O Fundo Social de Solidariedade mantém a Central de Doações desde 25 de março de 2020. Segundo a prefeitura, em um ano, foram 56 mil atendimentos por meio de entrega de cesta básicas. Tudo veio da iniciativa privada e sociedade civil, sem o uso de recursos públicos.
São Caetano
O programa o Profamília, de São Caetano, abrange 19 benefícios em segurança alimentar, medicamentos, inserção no mercado de trabalho, auxílios financeiros, entre outros. Na área social conta com programas, como Leite é Vida que disponibiliza dois quilos de leite em pó às famílias cadastradas, auxílio alimentação e ações do Fundo Social de Solidariedade e do Banco de Alimentos. Também tem parceria com o Estado no Programa Leve Leite e parceria com o governo federal Programa Bolsa Família e Cadúnico (Cadastro Único). A cidade atende hoje em torno de 8.451 famílias no Programa Auxílio Alimentação, 2.720 famílias no Programa Leite é Vida e 1.200 munícipes fazem parte dos Programas de Transferência de Renda através do Cadúnico. No Banco de Alimentos, são 61 instituições cadastradas que recebem semanalmente as doações.
O Banco de Alimentos iniciou as atividades três meses antes da pandemia. Durante um ano foram doadas aproximadamente 200 toneladas, entre produtos de higiene, limpeza, produtos secos, frutas, legumes e verduras. O Fundo Social de Solidariedade doou 1,8 mil kits de alimentos e limpeza. Na área social, também durante a pandemia, foram cadastradas em torno de 1.100 pessoas dentro dos critérios, para recebimento da cesta de alimentos. Para doações o Banco de Alimentos atende pelo telefone 4228-8936. Para quem precisa, o cadastro deve ser feito nos CRAS Fundação ou Gerty ou o próprio Banco de Alimentos.
Diadema
O atendimento da prefeitura de Diadema às famílias em situação de extrema pobreza é realizado através dos CRAS e consiste no repasse de cestas básicas e encaminhamento para os programas sociais. Também são realizadas orientações às diversas questões sociais que se agravaram no período da pandemia como as situações de violência, que são atendidas pelos Conselhos Tutelares, Centros de Referência Especial de Assistência Social – CREAS, Casa Beth Lobo e as entidades conveniadas que ofertam serviços socio-assistenciais de convivência e acolhimento. A Secretaria de Segurança Alimentar fornece gêneros alimentícios às associações credenciadas junto ao Banco de Alimentos, além das 1.500 refeições diárias oferecidas pelos restaurantes populares municipais instalados no Serraria e no Campanário.
O Fundo Social de Solidariedade lançou neste sábado (27/03) a campanha com o objetivo de envolver a sociedade civil através de empresas, associações comercial e empresarial, organizações sociais, entidades assistenciais, igrejas e associações de moradia na captação de doações que potencializem a distribuição de cestas básicas. Hoje, existem 19.555 famílias inscritas no Cadastro Único. São famílias que se encontram na linha da extrema pobreza, com renda per capta familiar abaixo de R$ 89. De acordo com dados do cadastro único, durante a pandemia houve um aumento de 27% de famílias. Antes da pandemia eram ofertadas 2.000 cestas básicas, e hoje são cerca de 26.000 cestas. O cadastramento deve ser feito presencialmente em um dos cinco CRAS da cidade.
Mauá
Em Mauá, as famílias em situação de vulnerabilidade social são identificadas, referenciadas e acompanhadas pela rede de assistência social. Segundo a Central de Cadastro Único são 21.278 famílias. Os serviços de atendimento da Assistência Social, conforme as normativas do Sistema Único de Assistência Social, são considerados essenciais, onde os equipamentos como CRAS, CREAS, Centro Pop, não sofreram nenhuma interrupção durante o período da pandemia.
As famílias podem se inscrever em um dos sete CRAS Feital (avenida Benedita Franco da Veiga, 1085 – telefone 4512-7726 / 4555-2558); Macuco (rua Remo Luiz Corradini, 115 – 4518-2666); Oratório (rua Salvador, 266 – telefone 4514-5411); Parque das Américas (rua Estados Unidos, 84 – telefone 4541-1484); São João (av. Barão de Mauá, 4050 – telefone 4518-4535); Vila Mercedes (rua Cícero Rodrigues da Silva, 443 – telefone 4513-6465); e CRAS Zaíra (avenida Presidente Castelo Branco, 2982 -telefone 4514-4265).
Ribeirão Pires
Nos quatro CRAS de Ribeirão Pires, a demanda tem sido crescente desde o início do ano e, com o agravamento da pandemia, praticamente dobrou o número de atendimento com benefício eventual (kit alimentos), comparado com o ano passado, chegou a uma média de 50 por dia. Aumentou a compra de cestas básicas e kits de higiene e limpeza, a manutenção dos espaços dos CRAS abertos tomando as medidas necessárias para a segurança de técnicos e usuários, com distanciamento, EPI’s, álcool em gel e a possibilidade de atendimento remoto através do WhatsApp.
Somente neste ano, a Prefeitura já doou mais de mil cestas básicas, mas o número de doações aumentou devido a algumas ações. “Surpreendentemente tem sido crescente a entrada de donativos, por parte da população, empresários, pessoas com grupos que se sensibilizaram com a situação. Também cresceu por conta do Drive Thru Solidário, onde quem irá se vacinar no Complexo Ayrton Senna pode deixar 1kg de mantimento”, sustenta a prefeitura.
As famílias podem se cadastrar nas unidades do CRAS: Centro (rua Batista Lion, 108B – Centro 4824-1485 / WhatsApp 9.3326-3041), Jardim Caçula (rua Fagundes Varela, 07 – Jardim Caçula ) 4828-1327 / 9.6378-1766), Ouro Fino (rua Eduardo Valeriano Nardelli, 367 – Ouro Fino 4823-9283 / 9.7436-1796), Quarta Divisão (estrada do Sapopemba, 5055 – Quarta Divisão – 4824-7065 / 9.7314-0888). Mais informações na Secretaria de Assistência Social e Cidadania (rua Conde de Sarzedas, 333 -Jardim Pastoril – telefone 4828-1900).
A prefeitura de Rio Grande da Serra não informou.