Se no início da pandemia ocorreu a corrida para a construção de hospitais de campanha, agora na segunda onda a iniciativa é se socorrer de leitos particulares para conseguir atender da melhor maneira possível aqueles que contraíram o covid-19. No ABC, Diadema, Mauá e Santo André apostam nesse processo.
Diadema foi a primeira a apostar nessa situação, ainda no ano passado. Foram investidos R$ 1,4 milhão na contratação de 10 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no Hospital Dom Alvarenga, no bairro Ipiranga, na Zona Sul, da Capital.
Com a mudança da gestão, o objetivo ficou em aumentar a própria capacidade de leitos com novas vagas de UTI no Hospital Municipal, no bairro Piraporinha, e de enfermaria no Quarteirão da Saúde, equipamento de especialidades. Neste caso é utilizado o segundo andar do local que, a princípio, receberia unidade da Rede de Reabilitação Lucy Montoro, mas até o momento não foi inaugurada.
Mesmo com uma das maiores redes de leitos covid da região, Santo André contratou 15 leitos de UTI no Hospital São José. O custo de cada leito é de R$ 1,6 mil por dia. Com o contrato de 180 dias, o total do investimento é de R$ 4,320 milhões para desafogar a rede municipal.
Mauá contratou no dia 22 de março mais 20 leitos, sendo 10 de UTI e 10 de enfermaria, no Hospital Sagrada Família (antigo Hospital Vital). Cada leito de UTI custará R$ 2,2 mil diários e cada leito de enfermaria custará diariamente R$ 600.
Em nota, o município informa que, no momento, é avaliado o impacto da locação destes leitos na saúde do município. A ampliação do número de leitos faz parte de uma série de medidas da Prefeitura de Mauá para desafogar a rede municipal durante a pandemia. No sábado (20/3), o Hospital Nardini ganhou mais 10 leitos de UTI, que começaram a operar de forma gradual, para atingir a marca de 40 leitos. “Nos próximos dias teremos 50 leitos de UTI e 40 de enfermaria em Mauá. O número significa uma ampliação de 137% na quantidade de leitos em relação ao que tínhamos até o fim do ano passado”, diz a Prefeitura ao ser questionada sobre a compra de novos leitos.
As demais cidades da região apostam na rede própria, com exceção de Rio Grande da Serra que necessita dos demais municípios para conseguir vagas para moradores infectados pela covid-19. São Bernardo e São Caetano inauguraram novos leitos, e Ribeirão Pires ainda espera ajuda do governo do Estado para ampliar o hospital de campanha e garantir o equipamento por mais tempo.
“O governo do Estado liberou 110 leitos de UTI para o ABC no início do mês. Ribeirão Pires seria contemplada com 10 leitos para o Hospital de Campanha, no entanto, as demais cidades da região já receberam os recursos de instalação dos equipamentos, mas até o momento nossa cidade não recebeu o aporte estadual”, escreveu o prefeito de Ribeirão, Clovis Volpi (PL), no sábado (27/3).
A reportagem entrou em contato com o Ministério Público para saber como os promotores têm acompanhado estes investimentos, mas até o momento não houve resposta.