O ABC superou a marca de 5,9 mil mortos em decorrência da covid-19 neste domingo (28/3), resultado da segunda onda da pandemia que tem provocado espanto com o número de diagnósticos e óbitos quando comparado ao tamanho de populações de pequenos e médios municípios paulistas. Para se ter ideia, do total de 645 cidades do Estado, pelo menos 26,3% delas seriam varridas pela doença se comparado o número de óbitos no ABC.
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), referentes a 2020, mostram que são pelo menos 170 cidades paulistas com menos de 5,9 mil habitantes, como Luiziânia, Três Fronteiras, Fernando Prestes, Braúna, Mendonça e Taiuva. A cidade de Fernão (SP), que atualmente possui pouco mais de 1,7 mil habitantes, seria totalmente esvaziada se comparados os 1.819 óbitos registrados em São Bernardo até o último domingo (28).
O número de mortes por covid-19 na região equivale, também, a sete vezes a população de Borá, no interior do Estado, e cinco vezes a cidade de Uru, que contabiliza 1.153 habitantes, de acordo com o IBGE. Daria, ainda, quase cinco cidades de Nova Castilho (SP) e quatro Flora Rica, município com pouco mais de 1,4 mil habitantes.
Mais de 30 aviões lotados
Há outras formas de compreender o que representam os óbitos por covid-19 no ABC. Este número tão elevado, resultado de uma segunda onda da pandemia, corresponderia, por exemplo, a quase 33 aviões comuns totalmente cheios, com aproximadamente 180 passageiros a bordo. Ou ainda, em outra comparação, 1.180 carros lotados, com cinco passageiros em cada veículo.
Agravamento da doença
Diante do agravamento da doença e do colapso na saúde pública, as sete cidades do ABC decretaram feriado de nove dias, com antecipação dos feriados de Tiradentes (21/4), Dia do Trabalhador (1/5), Corpus Christi (3/6) e Dia da Independência (7/9). Equiparada à Capital, a região estipulou que, entre sábado (27/3) e domingo (4/4), reforçará o isolamento social, para assim reduzir a transmissibilidade da covid-19 e suas consequências.
Neste período, o objetivo é que haja um número menor de comércios em funcionamento e levanto em conta o lockdown estabelecido a partir da última terça-feira (23/3), nas nove cidades da Baixada Santista, também haja redução na circulação de pessoas. Em nota, o Consórcio Intermunicipal Grande ABC afirmou que durante este período “setores considerados essenciais deverão encerrar suas atividades às 17h, com exceção dos hospitais públicos e privados, serviços de saúde de urgência e emergência, farmácias, laboratórios, hospitais veterinários e demais serviços de natureza essencial ao funcionamento dos serviços de saúde”.