Falta de água gera revolta em moradores da Manoel Nascimento, em Mauá

A falta de água na rua Manoel Nascimento é um problema histórico para os moradores de Mauá, que sofrem com o desabastecimento desde que a Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) controlava os serviços. Acontece que, mesmo após a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) assumir o controle do abastecimento, com regularização das moradias, a falta de água nas torneiras é frequente, o que tem gerado revolta nos moradores.

Martins Pereira Rosa, morador do nº86 da Viela 70, conta desde o último dia 18, quando a equipe do RD fez reportagem sobre o assunto, a rua foi abastecida somente duas vezes, via caminhão-pipa. “Vieram no dia seguinte, dia 19, e agora voltaram hoje para abastecer as caixas novamente. Só que essa água que colocam não dá para nada, é suficiente pra, no máximo, dois dias. Não podemos ficar nessa situação”, reclama.

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O reclamante diz pagar pelo menos R$ 60 de tarifa mensal e, ainda assim, sofre com a falta de água. “Regularizei minha situação, pago as contas normalmente, mas mesmo assim a Sabesp deixa a gente sem água nas torneiras e a depender do abastecimento de caminhões-pipa, que aparecem por aqui de uma a duas vezes a cada 15 dias”, conta. Ainda de acordo com Rosa, quem precisa cuidar dos afazeres domésticos precisa acordar de madrugada para dar conta do serviço, horário em que a água chega com pressão maior.

Jéssica Pereira de Souza, também moradora da Viela 70, tem uma caixa d’água de 500 litros, mas apesar disso, conta que o abastecimento é insuficiente. “Nenhuma das vezes nessa semana quando a água chegou, deu para encher a caixa por completo. Não deu nem dois palmos de água”, conta. Segundo ela, o abastecimento feito pela Sabesp não tem pressão suficiente para subir para as caixas, o que faz as pessoas dependerem de baldes de água.

Segundo ela, a água fornecida é suficiente para manter a casa (com duas pessoas), por, no máximo, dois dias. “Se economizar bastante e ficar sem lavar a roupa, ainda dá para segurar, com balde e muita economia. Agora, os vizinhos que tem crianças ou que a família é grande, mal dá para um dia o que abastecem por aqui”, conta. Jéssica paga mensalmente cerca de R$ 55 de tarifa para abastecimento.

O promotor de loja, Josimar Ramiro Ribeiro, enfrenta os mesmos desafios, apesar de ter em sua residência uma caixa com capacidade de armazenar mil litros de água. “O que chega dá conta de no máximo dois dias, isso se economizarmos bastante”, diz. De acordo com o reclamante, nas datas comemorativas, a situação é ainda pior. “Nas datas de festa a situação piora, aí que ficamos sem nada mesmo. Isso porque tenho a situação regularizada desde que me mudei pra cá, em 2010”, reclama.

Janielly da Conceição Silva, moradora do nº 87 da Viela 70, conta que por diversas vezes acionou a Sabesp, todas sem solução. “Desde sexta-feira passada que ligo na Sabesp, mas nos deixam sempre na linha, sem resposta. A situação aqui está cada vez pior e nada resolve”, diz. Em uma das vezes que conseguiu contato com a companhia, a reclamante conta, ainda, que foi informada que a região não receberia mais caminhões-pipa e que não seria possível fazer nada.

Sabesp responde

Em nota, a Sabesp informa que a área citada teve um crescimento desordenado de moradias e conta com muitas ligações irregulares utilizadas por imóveis não regularizados, o que acaba afetando o abastecimento local. “Neste caso, a Sabesp realiza abastecimento por caminhão-pipa sempre que o fornecimento de água pela rede existente é prejudicado para assim minimizar as intermitências nos imóveis regularizados”, diz.

Segundo a companhia, o local recebe reforço no abastecimento com uma frequência de três vezes por semana. “Vale destacar que a Companhia já planeja a regularização das ligações por meio do programa Água Legal. Os trabalhos estão previstos para terem início no segundo semestre de 2021 em parceria com a Prefeitura de Mauá”, informa.

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