Nesta terça-feira (06/4) se completa nove dias consecutivos que os moradores do Jardim Zaira, em Mauá, clamam por abastecimento de água na região. Isso porque quem mora em regiões mais altas ou bairros que ainda não foram totalmente regularizados por parte da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) sofrem com torneiras secas, a exemplo da rua Manoel Nascimento, em que algumas casas chegaram a ficar dez dias sem água.
Em vídeo enviado à equipe do RD nesta terça-feira (06), a moradora Simone Rosa de Araújo, da Viela 70, mostra a pia de sua casa repleta de louças sujas por conta da falta de abastecimento de água na região. Ela explica que mora com mais duas crianças e, apesar da pandemia, não consegue manter os cuidados com a higiene em dia, nem as atividades básicas do dia-a-dia. “Precisamos ter os cuidados necessários, mas como mantemos se não temos água sequer para ir ao banheiro ou tomar banho?”, questiona.
Martins Pereira Rosa, também morador da Viela 70, explica que o abastecimento na rua é feito por caminhão-pipa, no entanto acontece uma vez na semana, o que não é suficiente para todos os moradores. “O abastecimento com um caminhão não dá pra nada, as pessoas conseguem ficar no máximo dois dias com água na caixa, isso se morarem sozinha ou com mais uma pessoa”, conta. Ele diz que o último abastecimento ocorreu na última segunda-feira (05/4), após o RD relatar o problema.
Rosa lembra, ainda, que desde que houve a mudança da concessionária de abastecimento de água na cidade – de Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) para Sabesp, no ano passado -, regularizou a situação do abastecimento da sua residência, mas apesar disso, continuou sem água na torneira. “É um problema histórico que nunca foi resolvido. Pago cerca de R$ 60 ao mês de água, mas mesmo assim continuo sem nada na torneira, com recorrentes problemas de abastecimento”, diz.
Jéssica Pereira de Souza, também moradora da Viela 70 conta que há quatro dias a água não sobe o cano de abastecimento das residências. “Não sei o que acontece que a água não sobe. O que tem mantido a gente com água é o caminhão-pipa, isso quando vem”, conta. A moradora relata que tem uma caixa de água de 500 litros e, ainda assim, é insuficiente para manter a casa. “Ontem um caminhão veio aqui para abastecer, mas sequer deu para encher a caixa por completo. Hoje já estamos sem água de novo e não sabemos quando voltam para encher. É sempre assim, ficamos esquecidos”, reclama.
Em nota, a Sabesp responde que o bairro é contemplado com o Programa Água Legal, que regulariza ligações clandestinas na rede de abastecimento de água. A companhia afirma que reforça o abastecimento com caminhões-tanque na rua, três vezes por semana, para reduzir o impacto das ligações irregulares. “O atendimento é feito de segunda, quarta e sexta-feira”, sustenta a companhia.