O coronel Marcos de Paula Barreto (foto) assumiu o comando da Polícia Militar no ABC há pouco mais de um mês e já fez visitas aos batalhões subordinados ao CPA-M6 (Comando de Policiamento de Área Metropolitana da Sexta Região) e disse que quer ampliar a valorização do policial e ampliar a aproximação da PM com a comunidade da região.
Com 52 anos de idade, 32 dos quais na PM, De Paula faz parte da quarta geração de policiais da sua família, o primeiro, seu bisavô, entrou para a polícia em 1.901. Morador da Capital, casado e pai de um menino de 10 anos, ele é o primeiro da lista de policiais da família a chegar à coronel. Na sua história na PM atuou no Batalhão de Choque, ficou 13 anos no Corpo de Bombeiros, onde ganhou notoriedade ao salvar, no alto de um prédio, o suicídio de uma jovem gestante que ameaçava se jogar. Ele também atuou na segurança do então governador José Serra, e ficou 10 anos na coordenação da Defesa Civil do Estado. Promovido a tenente-coronel foi para a Coordenadoria Operacional da PM até chegar ao posto de coronel no último dia 2 de março, recebendo a missão de comandar os 3,8 mil policiais militares que atuam em quatro batalhões e mais o 6° Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), na região do ABC. Ele é formado em Direito e em Engenharia Civil.
O comandante disse que pretende dar continuidade ao trabalho que já vinha sendo desenvolvido pelos comandantes que o antecederam, principalmente quanto a atuação conjunta das forças de segurança envolvendo a Polícia Civil e as Guardas Civis Municipais. “A região é muito pujante, política e economicamente importantíssima, mas como qualquer região tem seus pontos delicados. Um deles é o tráfico de drogas, presente em qualquer cidade do país, por isso são importantes as operações integradas, o tráfico é problema em qualquer município e ele vem como porta de entrada para outras situações. Todo dia os batalhões fazem flagrantes de tráfico de drogas”, comenta.
Os índices de criminalidade estão com tendência de queda, com exceção dos casos de estupro e do roubo de carga. “São reflexos da pandemia, as pessoas estão mais em casa e os estupros em geral acontecem por pessoas próximas da vítima. Neste caso o canal mais importante para denunciar é o 181, e o denunciante não precisa se identificar. Nos casos de roubo de carga isso acontece porque aumentou muito o serviço de entregas”, explicou o comandante.
Ao fazer um breve balanço do trimestre, De Paula disse que foram feitas 127.738 abordagens de pessoas nas ruas, realizadas 876 prisões em flagrante, 200 capturas de procurados e apreendidos 120 quilos de drogas e 64 armas. No período foram recuperados 1.738 veículos. “Mesmo com a pandemia a PM continua atuando dando segurança para a população e por isso é muito importante esse início da vacinação dos profissionais de segurança. Nos últimos 15 dias morreram dois policiais do ABC e temos 30 casos confirmados de covid-19”, lamenta.
Ainda também como efeito da pandemia a polícia passou a ter um importante papel de ajuda social e humanitária, encaminhando doações, fazendo escoltas de vacinas e respiradores, além de dar apoio à vigilância sanitária dos municípios e do estado na fiscalização de estabelecimentos comerciais que desrespeitaram as orientações do estado e municípios. De Paula quer aproveitar esse momento para aproximar mais a PM dos moradores. “O quartel está aberto à sociedade, podemos criar mecanismos de comunicação como retomar os Consegs (Conselhos de Segurança Comunitária), ampliar os Proerds (Programa de Resistência às Drogas) nas escolas, mas também queremos chegar às universidades e escolas técnicas. Queremos mostrar que a população pode contar com a polícia, para todos perceberem que o policial está do lado do cidadão”, conclui o comandante da PM.